O Ministério Público Federal deve apresentar nas próximas
horas denúncia contra o lobista Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal,
por corrupção e lavagem de dinheiro. A notícia foi antecipada pelo jornal O
Globo, que até poucos dias atrás fazia o papel de porta-voz do “peemedebista
rebelde” que inferniza a vida da presidenta Dilma. Caso a informação seja
confirmada, os fascistas mirins que carregaram as faixas “Somos todos Cunha”
nas marchas do domingo passado ficarão órfãos, sem pai nem mãe. Coitados!
Alguns deputados inclusive já se preparam para ingressar com o pedido de
cassação de Eduardo Cunha, que num julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF)
pode até ter a sua prisão decretada caso as denúncias sejam comprovadas.
Segundo o jornal da famiglia Marinho, que também se sente
órfã de líderes na oposição, “a denúncia tem como base a acusação do empresário
Júlio Almeida Camargo, que confessou em juízo ter pago US$ 5 milhões em propina
ao deputado. Cunha nega participação. Se o STF aceitar a denúncia, o
parlamentar passará a ser réu no escândalo de corrupção... Um dos principais
delatores da Operação Lava-Jato, Camargo teria pago o suborno para facilitar a
assinatura de contratos de afretamento de navios-sonda entre a Samsung Heavy
Industries e a diretoria de Internacional da Petrobras. Pelo aluguel de dois
navios, a Petrobras teria desembolsado US$ 1,2 bilhão. O pagamento de propina
para Cunha e outros envolvidos nas transações seria superior a US$ 40 milhões”.
Em recentes entrevistas, o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot – que deve ser reconduzido ao cargo –, já havia feito duras
críticas ao presidente da Câmara Federal, sinalizando que o incluiria no
inquérito. Ele chegou a acusar Eduardo Cunha de confundir “o público com o
privado” ao utilizar advogados da Advocacia-Geral da União (AGU) para tentar
anular provas recolhidas contra ele na Operação Lava Jato. O advogado-geral da
AGU, ministro Luís Inácio Adams, confirmou que o lobista cobrou três vezes para
que o órgão entrasse com a petição no STF. Eduardo Cunha negou a acusação, mas
não convenceu ninguém. Janot também acusou o parlamentar, famoso por sua
truculência, de tentar intimidar as pessoas que o acusam de corrupção e lavagem
de dinheiro.
A difícil situação de Eduardo Cunha, que pode ser cassado e
até preso, ajuda a explicar o seu recente desespero. Ele virou um verdadeiro
“homem-bomba” do Congresso Nacional, comprando briga com vários setores e
infernizando a vida da presidenta Dilma. A sua tática diversionista, porém,
parece que não obteve o resultado desejado. Ele acabou ficando ainda mais
isolado no parlamento, no Judiciário e até na mídia – que apostou tantas fichas
no seu oposicionismo. No domingo passado, ele deve ter ficado emocionando com
as faixas de “Somos todos Cunha” exibidas nas marchas golpistas. Caso vá para a
cadeia – o que seria um fato inédito em um Judiciário tão seletivo –, ele
poderá contar com a solidariedade dos fascistas mirins. O samurai Kim Kataguiri
não o deixará só!
Paulinho sem força
Em tempo: Outro que ficará órfão caso a denúncia contra
Eduardo Cunha seja feita ao STF é o bravateiro Paulinho da Força. Segundo uma
notinha da revista Época, postada em 18 de agosto, o deputado havia convidado o
lobista “para participar de um bate-papo na sexta-feira de manhã [21] com
sindicalistas da Força Sindical em São Paulo... Trata-se, na verdade, de um
apoio que a central sindical oferece a Cunha num momento em que ele está
fragilizado, sem muitos aliados fora da Câmara. A relação de Cunha com a
central sindical tornou-se mais próxima graças à intermediação do deputado
Paulinho (SDD-SP). Cunha participou das comemorações do dia 1º de maio
organizadas pela Força Sindical na capital paulista”. Que tristeza!
Via – Blog do Miro
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