O neurocientista norte-americano Carl Hart negou ter sido barrado e sofrido discriminação racial no Hotel Tivoli Mofarrej, onde participou de um seminário promovido pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, nesta sexta-feira. Em entrevista ao site Fluxo, realizada neste sábado, o professor da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, esclareceu o ocorrido.
“O que aconteceu foi que, assim que cheguei ao hotel, na quinta-feira, fui direto ao toalete. Quando saí, os organizadores do seminário vieram até mim para se desculpar por algo que teria acontecido assim que entrei no hotel. Segundo eles, um segurança iria me abordar porque eu não parecia pertencer ao lugar. Mas eu não presenciei nada disso, foi uma pessoa que me falou”, explicou Hart.
Segundo o professor foi na noite de sexta-feira, após sua palestra, que descobriu que havia uma matéria afirmando que ele havia sido barrado no hotel. Hart contou que, depois disso, recebeu inúmeras mensagens, e-mails e ligações pedindo desculpas pelo suposto comportamento do segurança.
“Durante minha palestra, chamei atenção para a pouca quantidade de negros que participavam do seminário. Eram dois ou três, enquanto havia centenas de brancos. Não tinha relação nenhuma com o episódio do hotel, mas a reportagem associou as duas coisas. A matéria foi enganosa e viralizou. Eu quero que as pessoas entendam que, se tivesse sido discriminado, seria a primeira pessoa a falar sobre isso. E o Brasil tem sérios problemas de discriminação racial, então a indignação que sentiram em relação a mim deveriam expressar pelos próprios brasileiros. Não deveriam gastar essa energia comigo”, defendeu o professor.
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Via - Contexto Livre
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