Durante cerimônia no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira
(27) pelos dez anos do programa Bolsa Atleta e recepção à delegação brasileira
que disputou os Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos de Toronto, a
presidenta Dilma Rousseff afirmou quer o esporte ensina a respeitar o resultado
do adversário vencedor.
“Os esportes coletivos mostram que a cooperação, a forma
pela qual esse relacionamento fantástico de agir em equipe pode levar à
vitória. Mostra também que, como disseram aqui os nossos atletas que falaram, é
possível sofrer derrotas, dificuldades no caminho, mas todo atleta levanta e
segue em frente. Muitas vezes não ganha na primeira, mas ganha na segunda ou na
terceira e segue lutando para ganhar. E respeita também o resultado do outro
atleta que é o vencedor”, disse a presidenta, dando um claro recado ao
inconformismo da oposição com o resultado das urnas e as tentativas de manobrar
por um golpe.
Criado em 2005 pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, o programa Bolsa Atleta prevê benefícios em seis categorias,
variando de acordo com o rendimento do atleta. O programa atende a 78% dos
atletas que participaram do Pan e do Parapan neste ano em Toronto, Canadá e já
beneficiou 17 mil atletas com 43 mil bolsas.
Orlando Silva
Durante a cerimônia, Dilma fez questão de cumprimentar o
deputado federal e presidente estatual do PCdoB de São Paulo, Orlando Silva.
“Quero cumprimentar o ex-ministro do Esporte Orlando Silva, que além de ter
nome de cantor foi um excepcional ministro tendo também ampliado as bolsas
durante a sua gestão”, enfatizou a presidenta.
Dilma afirmou que o governo vai continuar investindo “de
forma determinada e consistente” no desenvolvimento do esporte nacional para
assegurar que o principal legado das Olimpíadas de 2016 seja a formação de
atletas de alto rendimento.
“Vocês representam o Brasil nos pódios e isso é uma
afirmação da força do país, do povo e da nossa capacidade de luta e de
superação”, frisou a presidenta, que parabenizou a delegação pelas conquistas.
“As conquistas de vocês nos inspiram. Sempre é comovente ver histórias de
superação e todos os atletas têm uma. Eles são exemplo de conduta, de vida e de
compromisso com a ética”, acrescentou.
Bolsa me incluiu na sociedade, diz medalhista que era
guardador de carros
Um dos exemplos de vida é Davi Albino, um dos primeiros a se
inscrever no Bolsa Atleta. Há 15 anos ele tomava conta de carros em um
estacionamento ao lado do Centro Olímpico em São Paulo. “Meu professor
estacionava o carro lá e eu tomava conta do carro dele. E aí ele me chamou para
treinar”, conta ele. Ele começou a treinar para ganhar o lanche. “Depois que eu
comecei a receber o Bolsa Atleta, falei: ‘Vou ser atleta, cara! Não quero nunca
mais voltar’”.
E completa: “O Bolsa Atleta me manteve no esporte. O Bolsa
Atleta está fazendo dez anos e eu estou fazendo dez anos junto”.
Um dos maiores desafios para os atletas jovens com poucos
recursos, relata o lutador, é que quando chega a uma idade de 17, 18 anos tem a
necessidade de ajudar financeiramente à família. E aí muitos se veem obrigados
a deixar o esporte para procurar trabalho. E aí o programa do governo federal
fez diferença mais uma vez.
“Fez um papel fundamental de estar me mantendo no esporte.
Antigamente eu não tinha patrocínio, não tinha incentivo de ninguém e o Bolsa
Atleta me manteve no esporte, porque eu tinha de onde ajudar minha família.
Pude me manter no esporte. Na minha vida fez um papel fundamental. Praticamente
me incluiu na sociedade”, salientou Davi.
“Ano que vem nas Olimpíadas eu sei que vou estar muito
forte, graças ao Bolsa Atleta também, vou estar financeiramente melhor e
fisicamente muito mais forte para trazer a primeira medalha olímpica para o
Brasil na greco-romana”, concluiu.
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