Manifestações racistas continuam a manchar a imagem do
Brasil no exterior, mas crescem diariamente na TV, no rádio, na imprensa
escrita e nas redes sociais. O caso mais recente refere-se ao programa dito
humorístico Pânico na Band. Porque a emissora paulista, da família Saad, pôs no
ar o personagem de Eduardo Sterblitch, “Africano”, onde esculacha com os negros
de maneira extremamente rasteira.
Inclusive o site SeneWeb do Senegal fez reportagem sobre o
racismo do personagem. "Essa prática midiática revela o racismo brasileira
e escancara a face mais cruel da elite que quer reduzir a idade penal e que
lança pedras em crianças de religiões de matrizes africanas e dá tiros em
haitianos que vieram apra cá em busca de uma vida melhor", acusa Mônica
Custódio, secretária de Promoção da Igualdade Racial da CTB.
“A depreciação da imagem do africano e afro-brasileiro está
intimamente ligada a um processo de dominação e opressão, a partir do simbólico
e da manutenção dos privilégios de uma elite branca e racista”, escreveu, em
seu blog, Juninho Palmarino, jornalista e militante do movimento negro no
Círculo Palmarino.
Sterblitch publicou em sua página no Facebook um pedido de
desculpas e garantiu a extinção do personagem racista. Escreveu ele: “Não sou
Racista! E também estou chorando… A quem deixei triste ou pior, peço desculpas
por minha IGNORÂNCIA! Que, pelo menos, eu sirva de exemplo! Para que isso não
aconteça mais”.
Ao menos o ator reconheceu o erro e pediu desculpas, sem a
arrogância de outros artistas e jornalistas que sempre jogam com a tese da
liberdade de expressão. Mas a presença de pobres onde jamais sonhariam em estar
parece agredir setores da elite que destilam ódio nas redes sociais, inclusive
com a criação de uma comunidade no Facebook pregando a morte do ex-presidente
Lula.
Esses acontecimentos mostram “o crescimento de uma onda
ultraconservadora, grupos de direita cada vez mais sentem-se à vontade para
manifestar seu ódio a negros, estrangeiros, nordestinos, gays, mulheres e a
todos os que não são considerados iguais por esses grupos nazistas”, revela
Mônica.
De acordo com a cetebista, “é essencial a organização dos
setores mais progressistas da sociedade para combater esse ódio que cresce na
medida em que os negros vão avançando em conquistas por mais espaços e pelas
mesmas oportunidades”.
Segundo ela, “a mídia deveria cumprir o seu papel social e
levar informação ás pessoas, como a melhor maneira de extinguir o preconceito”.
Mônica ressalta a importância de se levar para as ruas “a bandeira da
democratização dos meios de comunicação pondo fim ao monopólio dos barões da
comunicação”.
Via - Blog do Miro
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