Gilberto Nogueira, comerciante do Porto São José: "ninguém
passou avisando a gente que o rio iria subir tão rápido assim, eu e minha
esposa passamos a madrugada de ontem tirando mercadoria e utensílios da
lanchonete".
Com a abertura das comportas da barragem de Primavera, no Rio Paranapanema, o nível do Rio Paraná na cidade de Porto Rico e no Distrito de São José subiu entre 5 e 6 metros durante a madrugada de ontem. Proprietários de lanchonetes e moradores ribeirinhos já começaram a remoção de mercadorias e móveis. “Minha lanchonete já foi invadida pela água, minha esposa já separou as roupas para caso a gente precise sair de casa às pressas”, disse o comerciante Gilberto Nogueira.
A chuvarada das últimas semanas que vem castigando os
estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo contribuíram para cheia do
Rio Paraná, já que seus principais afluentes, entre eles o Rio Paranapanema,
cortam esses estados. Só para ser ter uma ideia a hidrelétrica de Rosana, na
divisa do Paraná com São Paulo, está com todas as suas comportas abertas, a
exemplo da hidrelétrica de Itaipu, que já há algumas semanas vem mantendo as
comportas abertas. “Creio que vai subir ainda mais o nível, a previsão é de
mais chuvas para os próximos dias”, disse o prefeito de Porto Rico, Paulo
Prates Nogueira.
Em Porto Rico mais alguns poucos centímetros e a água
alcança o asfalto da Avenida Beira Mar. Todas as rampas náuticas estão
alagadas, e exigem atenção redobrada dos barqueiros. A orientação é de que
somente deve entrar embarcações no rio só se for extremamente necessário. “Com
a cheia descem junto muitos troncos e vegetação, além da correnteza ser mais
forte, se o piloto não tiver experiência e não conhecer bem o rio é perigoso”,
orientou um dos barqueiros que diariamente navega nas águas do Rio Paraná com
turistas.
Se o Rio Paraná nas margens do lado paranaense está causando
transtornos, a informação é de que do lado sul mato-grossense não é diferente.
Pecuaristas estão levando o gado para pastagens mais altas. As áreas mais
baixas já foram tomadas pelas águas do Rio Paraná, formando quilômetros de
áreas de banhado. A balsa que faz a travessia do Rio Paraná entre Porto São
José a Bataiporã, no Mato Grosso do Sul, está temporariamente parada, até o
nível da água voltar ao normal.
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