Cientistas identificaram o vírus enquanto faziam pesquisas
sobre a febre amarela
De fato, há uma densa vegetação no local, com uma ampla
variedade de árvores e muitos animais. As únicas pessoas com quem você pode se
deparar por ali são o guarda florestal e sua família, que moram em uma pequena
casa feita de chapas de ferro.
Foi bem no meio dessa floresta que, em 1947, um novo vírus
foi descoberto. Na época, o local servia de palco para pesquisas científicas no
leste da África. E, é preciso dizer, ele foi descoberto por acaso. Isso mesmo.
Uma equipe de cientistas de Uganda, dos Estados Unidos e da
Europa estava ali para pesquisar uma outra doença viral, a febre amarela.
Enquanto testavam macacos rhesus na floresta, eles se depararam com um novo
microrganismo, que batizaram de zika.
Um Aedes que não pica
Mas apesar de ser o “berço” do zika, apenas dois casos de
contaminação pelo vírus foram confirmados em Uganda em todos esses anos. O
principal motivo é o que os tipos de mosquito que transmitem o vírus a humanos
não costumam entrar em contato com a população local, como afirma o virologista
Julius Lutwama, do Instituto de Pesquisa Vírus.
O Aedes que temos aqui, o Aedes aegypti formosus,
normalmente não costuma picar humano. Esse é a diferença em relação à América
Latina, em que uma subespécie diferente, o Aedes aegypti aegypti, está
espalhando o zika vírus.
Floresta destruída
A maior parte da floresta Zika, que beira uma estrada entre
a capital Kampala e o Aeroporto de Entebbe, está sendo destruída por projetos
de infraestrutura. Novas casas com telhados recém-colocados cercam o que sobrou
da floresta. É nessa área que os cientistas fazem as pesquisas.
Testes com vacina da dengue começam em fevereiro, diz
Alckmin
Dilma diz que País está perdendo luta contra o Aedes, mas
que vai ganhar a guerra
A vários quilômetros dali está o instituto de pesquisa que
analisa o vírus. Ali, medidas de segurança são levadas muito a sério, porque o
local guarda amostras de organismos perigosos, responsáveis pelo ebola, zika e
febre amarela. E o local também é o único no país onde são realizados testes
para zika.
Aliás, para um dos diretores do laboratório, John Kayuma,
isso pode estar atrelado ao baixo número de casos de zika confirmados: poucas
pessoas são testadas.
Há uma possibilidade de termos muitos mais casos país
afora.
Em alguns meses, o governo vai começar um estudo para
pesquisar o alcance do zika e de outros flavivírus como dengue e febre amarela.
Enquanto isso, a equipe do laboratório mantém um olhar
atento aos tipos de mosquitos que circulam em Uganda, para identificar
rapidamente caso algum dos eficazes em transmitir doenças entre no país.
Via – R7
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