A cena é chocante: crianças na linha de frente de uma
guerra, vestindo roupas com explosivos. Após uma lavagem cerebral do Estado
Islâmico, ou ISIS, elas são capazes de dar a própria vida por uma causa que mal
conhecem.
Este foi o caso de "Nasir" (nome fictício), um
garoto de 12 anos. Ele conseguiu escapar das garras do ISIS, na Síria. Seu
destino era um só: seria um homem-bomba.
Agora, o menino está com sua mãe e retornou à escola no
campo de refugiados Esyan, no Curdistão, lar de quase 15 mil Yazidis que fogem
do ISIS.
"Havia 60 de nós", diz Nasir. "As horas mais
assustadoras eram as dos ataques aéreos. Nós éramos levados aos túneis
subterrâneos para nos esconder. Eles nos falavam que os americanos, os
incrédulos, estavam tentando nos matar, mas que os lutadores, eles nos amavam.
Eles iriam cuidar de nós melhor do que nossos pais." Como parte da lavagem
cerebral, o ISIS dizia aos pequenos que
o grupo era agora a sua única família.
"Quando nós estávamos treinando, eles diziam que nossos
pais eram incrédulos e que nosso primeiro trabalho era voltar para
matá-los."
Nasir contou que o menino mais novo do grupo tinha apenas
cinco anos. Ele revelou que as crianças eram proibidas de chorar. Porém, disse
que chorava escondido, quando pensava na mãe. "Quando eu escapei e a vi
novamente, foi como voltar à vida." O menino fugiu depois que foi destaque
em uma propaganda no Instituto Farouq Al, em Raqqa, na Síria, onde o ISIS alega
ter o seu principal centro de treinamento de crianças-soldados.
Crianças na Guerra do Paraguai
Infelizmente, não é a primeira vez que crianças são usadas
como soldados em guerras. Na Guerra do Paraguai (1864 a 1870), cerca de 3,5 mil
pequenos entraram no campo de batalha para lutar pelos paraguaios contra a
Triplíce Aliança - formada por Brasil, Argentina e Uruguai - na Batalha de
Campo Grande/De Los Niños/ou Acosta Ñu, em 16 de agosto de 1869. Nesta altura
da guerra, de acordo com relatos históricos, a população masculina do Paraguai
já havia sido dizimada e, num ato de desespero, foi formado um exército de
crianças e outros 500 veteranos contra 20 mil homens. Relatos indicam que
algumas delas, com medo no meio do conflito em que se encontravam, se agarravam
às pernas dos soldados da Triplíce Aliança, mas isso não foi suficiente para
poupar suas vidas. As mães, que estavam escondidas na mata, saíram depois do
conflito para pegar os corpos dos mortos e resgatar feridos. A ordem, no
entanto, foi atear fogo a todos, nas crianças e mulheres sobreviventes.
Via - History
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