Um comentário do jornalista Alexandre Garcia, ex-porta-voz
da ditadura militar, na Globo do Distrito Federal, provoca imensa revolta em
alunos e professores de escolas públicas, bem como na comunidade acadêmica;
Garcia afirmou que os cotistas que entram na Universidade de Brasília (UnB) não
possuem méritos e estão lá por "pistolão", muito embora estudos
comprovem que os cotistas vêm tendo desempenho melhor do que os não cotistas;
"Quem ascendeu na carreira com favores e migalhas dos plutocratas só pode
enxergar nos outros os vícios que carrega", diz o estudante João Marcelo;
a professora Flávia Helen, que atua na rede pública do Distrito Federal, avisa:
"É só o começo. Nós vamos invadir sua praia e você será atendido por
médicas e advogados negros"
Um comentário do jornalista Alexandre Garcia, ex-porta-voz
da ditadura militar, num noticiário local da Globo em Brasília provoca imensa
revolta entre alunos e professores da rede pública, bem como na comunidade
acadêmica.
Garcia afirmou que os alunos cotistas da Universidade de
Brasília entrariam pelas costas na universidade pública, sem ter, na sua
avaliação, mérito para estudar nas instituições federais de ensino superior.
Estariam lá por "pistolão", segundo disse o jornalista.
No entanto, diversos estudos do Ministério da Educação já
comprovam que os alunos cotistas vêm tendo desempenho acadêmico superior ao de
não-cotistas.
"Temos que pensar na qualidade do ensino. Aqui no
Brasil ele é todo assim por pistolão, empurrãozinho, ajuda. A tradução disso é
cota. Aí põe lá um monte de gente... só 67%, você viu aí, passaram por mérito.
Estão aprendendo como é a vida, a concorrência, sem nenhuma humilhação de
receber empurrãozinho. O mérito é a base", disse o jornalista.
No passado, Garcia já havia causado polêmica, ao dizer que o
Brasil não era racista até inventarem a Lei de Cotas. Ele seguia o raciocínio
de Ali Kamel, diretor de jornalismo da Globo, que escreveu o livro "Não
somos racistas", para tentar evitar que o Brasil adotasse políticas de
ação afirmativa, que existem nos Estados Unidos há mais de 50 anos.
Pela tese de Garcia, atrizes da própria Globo, como Thais
Araújo e Sheron Menezzes, só sofreram ataques racistas recentemente porque
"inventaram" a Lei de Cotas.
O comentário de Garcia provocou indignação e revolta na
professora Flávia Helen, que atua na rede pública do Distrito Federal e prepara
alunos para o vestibular.
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