O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB),
entregou, nesta quarta-feira (13), a Medalha Negrinho do Pastoreio para o general
Antônio Hamilton Martins Mourão, “em reconhecimento ao trabalho prestado no
Comando Militar do Sul”. O general Mourão foi afastado do Comando Militar do
Sul, em outubro de 2015, após defender “o despertar de uma luta patriótica” no
país e autorizar uma homenagem póstuma ao coronel Carlos Alberto Brilhante
Ustra, primeiro integrante da ditadura militar reconhecido como torturador pela
Justiça brasileira. A homenagem ao coronel ocorreu no mês de outubro, no pátio
de formatura da 6ª Brigada de Infantaria Blindada, em Santa Maria. Após esses
episódios, o general Mourão foi transferido para a Secretaria de Economia e
Finanças do Exército, em Brasília.
Ustra foi comandante do Destacamento de Operações Internas
(DOI-Codi) de São Paulo, entre 1970 e 1974, durante a ditadura. O militar foi
acusado pelo Ministério Público Federal por envolvimento em crimes como o
assassinato do militante comunista Carlos Nicolau Danielli, sequestrado e
torturado nas dependências do órgão. A presidente Dilma Rousseff foi presa e
torturada nas dependências do DOI-Codi, do 2º Exército em São Paulo, unidade
chefiada pelo então major Ustra. Em 2008, Ustra tornou-se o primeiro militar
brasileiro a ser reconhecido como torturador, pela Justiça.
“É uma satisfação lhe entregar esta medalha. Foi um ano de
muita convivência positiva e a medalha reconhece isso, mas também o seu jeito
de ser”, disse o governador Sartori ao entregar a medalha ao general Mourão. A
Medalha Negrinho do Pastoreio é entregue a personalidades que “prestam relevantes
serviços em favor das pessoas, do Estado ou da Pátria”, informou a assessoria
de imprensa do Palácio Piratini.
Via – Jornal GGN
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