Há duas tendências se firmando na economia.
No GGN
A primeira, a constatação do refluxo das tentativas de
impeachment.
O grande trunfo de Dilma Rousseff é uma oposição extraordinariamente
medíocre, que se move disputando espaço nas manchetes da mídia.
***
De repente, há espaço para a radicalização, e lá se vão os
Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves, José Serra, Carlos Sampaio, Mendonça
Filho com a disposição dos jovens carbonários, disputando quem range mais os
dentes. Aí Marina Silva percebe que o contraponto é acenar com o bom senso. E
acena.
De repente, o impeachment reflui. Toca então esse brilho
fugaz de nome Carlos Sampaio a entrar com o pedido de extinção do PT. Só isso!
E FHC é ouvido para contrapor que a vitória deve ser nas urnas, não no tapetão.
E a multidão de áulicos olha reverencialmente para esse conselheiro Acácio dos
tempos modernos.
Aí Marina se dá conta de que poucos continuam falando do
impeachment. Então o contraponto para ganhar manchetes é radicalizar novamente.
E tome Marina, Cristóvão, Marta.
***
É inacreditável como o mundo politico e jornalístico
despregou-se totalmente do mundo real. Parecem vaqueiros bêbados e armados em
saloons do Velho Oeste, atirando em qualquer sombra que passe pela porta. É tão
grande o vácuo de ideias, que a institucionalidade se rege, agora, pelas
manchetes de jornais. E as alianças se consolidam pelo recurso à lisonja.
É o caso do prêmio de O Globo para as pessoas que fazem a
diferença... para as Organizações Globo. A contemplada foi a futura presidente
do STF (Supremo Tribunal Federal) Carmen Lúcia, cuja obra de maior repercussão
em 2015 foi uma frase tão grandiloquente quanto inútil: “O crime não vencerá a Justiça”, no voto que
confirmou a decisão de Teori Zavaski, de manter presos o senador Delcídio do
Amaral e o banqueiro André Esteves. Quando Teori concedeu o habeas corpus a
Esteves, significa então que o crime venceu?
***
Esse jogo demagógico, a busca do aplauso fácil, da
consagração em torno de frases fáceis, tornou-se uma constante que não perdoa
sequer Ministros do Supremo. E o oportunismo dos jornais, de abrir espaço para
qualquer asneira, praticamente matou os filtros que poderiam permitir um mínimo
de racionalidade nas discussões políticas e econômicas.
O que tem de procuradores, delegados, dizendo o que os
jornais querem, para fazer jus a uma manchete ou a uma premiação futura, e
posar para a foto com os prêmios, que colocarão em suas salas de visitas,
tornou a discussão institucional brasileira um pregão de feira livre, com donas
de casa alvoroçadas disputando a xepa.
***
Do seu lado, a presidente só se pronuncia quando julga que
alguma crítica ou decisão atinge sua augusta autoridade pessoal. Não se vê como
poder institucional, como responsável pela condução do país.
País de provincianos, sem um mínimo de noção de bem público.
Quando se compara com a qualidade dos homens públicos dos anos 50, dá um
desânimo enorme.
***
A segunda tendência se firmando é que há espaço para que o
governo Dilma apresente uma proposta minimamente viável de condução do país.
Nas próximas semanas se saberá se esse vácuo aberto pela
oposição será preenchido com um mínimo de protagonismo do governo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário