O Disque 100 fez 324.892 atendimentos no ano passado e
encaminhou 270.801 denúncias aos órgãos responsáveis. Destes, 137.516
atendimentos foram a respeito de violações de direitos humanos. O serviço
recebeu, em média, 376,7 denúncias por dia.
Os dados foram divulgados na tarde de hoje (27), em
Brasília, pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
A maior parte das denúncias diz respeito a crianças e
adolescentes. O serviço telefônico recebeu no ano passado 80,4 mil denúncias de
abusos contra menores de idade. Houve diminuição desse tipo de denúncia em
relação a 2014, quando o serviço fez 91,5 mil atendimentos. No entanto, isso
não significa, necessariamente, que houve redução na prática de violações de
direitos.
Segundo a ouvidora nacional dos Direitos Humanos, Irina
Bacci, esse recuo em 2015 deve-se à realização de uma campanha continuada em
todo o ano de 2014, que levou ao aumento do número de denúncias – em 2014, foi
disputada a Copa do Mundo no Brasil.
Irina Bacci destacou que o Disque 100 recebe as denúncias e
acompanha os encaminhamentos feitos junto aos órgãos responsáveis, para
garantir providências efetivas.
De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos, os números
não refletem queda ou aumento da prática de violência e violação de direitos no
país. Os números refletem o volume de denúncias registradas, sendo que cada uma
pode se referir a mais de um tipo de violação. É o caso de muitas denúncias de
violência contra idosos, que podem ser também portadores de algum tipo de
deficiência.
O número de denúncias de violação de direitos da pessoa
idosa chamou a atenção: o Disque 100 fez 32,2 mil atendimentos desse tipo no
ano passado. Os atendimentos referentes a pessoas com deficiência foram 9,6 mil
e os relativos à população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis,
Transexuais e Transgêneros), 1,9 mil.
Denúncias sobre desigualdade racial chegaram a 1,06 mil e
sobre violência contra a mulher, a 1,5 mil.
“Mulher, negra, 18 a 30 anos e, se considerar gênero, LGBT.
Esse é o perfil da violência hoje. População LGBT, mulheres e negros são
vítimas de grupos de ódio, inclusive pela internet”, afirmou o secretário
especial de Direitos Humanos, Rogério Sottili.
“É um serviço de utilidade pública e, além de atender as
pessoas que nos procuram, faz parte de um processo de transparencia do governo
federal. Nós queremos que a população acompanhe como tem sido esse trabalho,
quais são as principais queixas que temos vivido”, disse a ministra das
Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes.
Edição: Nádia Franco
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