A ministra Maria Thereza de Assis Moura, do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), determinou que as contas de campanha do senador Aécio
Neves (PSDB), sobre a candidatura às eleições presidenciais de 2014 na qual foi
derrotado, sejam apuradas. A ministra foi relatora das contas do tucano em 2015
e havia apontado 15 irregularidades.
A determinação foi a segunda de Maria Thereza, que já havia
pedido investigação nas contas de campanha do PMDB e PP, durante sessão do TSE
nesta terça-feira (09). Ocupando o cargo de corregedora da Justiça Eleitoral,
sugeriu a abertura das investigações contra os três partidos, após Gilmar
Mendes, presidente do Tribunal, pedir a apuração sobre o PT.
Para Maria Thereza, as delações premiadas de investigados da
Operação Lava Jato - argumento usado por Gilmar para pedir a investigação -
também trazer suspeitas de irregularidades nas campanhas dos outros três
partidos.
Apesar de ela solicitar a investigação, pediu ao plenário
que os processos sejam distribuídos livremente entre os demais ministros, por
entender que o caso não pode ser analisado exclusivamente pelo corregedor.
A ministra pediu as investigações faltando três semanas para
acabar o seu mandato no TSE.
Nesta quarta (10), pediu que os técnicos do tribunal também
averiguassem a campanha de Aécio Neves, que em agosto de 2015, já mostrava
haver irregularidades. Mas como os ministros privilegiam o julgamento das
contas dos candidatos eleitos, o caso ficou paralisado.
À época, Maria Thereza apontou, por exemplo, as doações
feitas pela Odebrecht e pela Construbase que somam R$ 3,75 milhões. Aécio
repassou uma doação de R$ 2 milhões da empreiteira, sem registrar na prestação
de contas. No total, a Odebrecht doou R$ 8 milhões à campanha do tucano. O TSE
também destacou uma diferença entre o valor declarado pela campanha (R$ 500
mil) e o montante recebido da Construbase (R$ 1,75 milhão).
Ainda, de acordo com o tribunal, a campanha de Aécio Neves
deixou de declarar outros R$ 3,9 milhões em doações estimáveis. Das 15
irregularidades, Maria Thereza havia questionado três consideradas infrações
graves.
Agora, antes de deixar o seu mandato no TSE, a ministra
pediu que técnicos, a Receita Federal e o Tribunald de Contas da União (TCU)
analisem as contas.
Via - Jornal GGN
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