Morreu aos 71 anos na madrugada desta terça-feira, 16, no
Rio. A notícia foi confirmada através de uma mensagem postada no perfil da
artista no Facebook.
“Avisamos que nossa Elke já não está por aqui conosco.
Como ela mesma dizia, foi brincar de outra coisa. Que todos os deuses que ela
tanto amava estejam com ela nessa viagem. Eros anikate mahan (O amor é
invencível nas batalhas). (Crianças, conviver é o grande barato da vida,
aproveitem e convivam)”, diz o texto.
Elke estava internada há quase um mês na Casa de Saúde
Pinheiro Machado, no bairro de Laranjeiras, Rio de Janeiro, após uma cirurgia
para tratar uma úlcera. De acordo com o irmão de Elke, Frederico Grunnupp, a
artista sofreu uma falência múltipla dos órgãos. “Depois da cirurgia para
tratar uma úlcera e como ela tinha diabetes, acabou não respondendo à
medicação. Ela morreu antes de 1h”, contou Frederico ao EGO antes de afirmar
que ainda não sabe onde e quando será o velório e o sepultamento. “Tenho que
avisar muitas pessoas. Ainda não tenho data e nem local de nada.”
Frederico falou ainda sobre o carinho que Elke Maravilha
tinha pelo Brasil. “O Brasil foi o melhor lugar para ela. Minha irmã tinha
muito respeito por todos aqui. O Brasil foi a tábua de salvação dela e da nossa
família. O país abraçou a Elke, o povo sempre foi muito generoso com ela”,
contou ele.
Antes de ser internada, Elke rodava o país com "Elke
canta e conta" - no qual era responsável pelo texto e pela voz. No
espetáculo, a atriz falava de passagens de sua vida desde a infância na Rússia,
dos casamentos e da vida como modelo e apresentadora.
A vida de Elke
Nascida na Rússia, a modelo e atriz Elke Georgievna
Grunnupp, mais conhecida como Elke Maravilha, alcançou fama ao participar como
jurada de programas de calouros de Chacrinha e Silvio Santos.
O "painho" Cachrinha
A relação com Chacrinha, a quem chamava de
"painho", era muito íntima. Em entrevista ao programa "Altas
Horas", em 2014, Elke falou sobre o apresentador, de quem se tornou grande
amigo e confidente (em vídeo ao lado). "Painho era extremamente afetivo.
Ficava horas com ele dentro do camarim. Era muito gostoso".
Ainda no "Altas horas", em 2015, ela dividiu o
palco com o ator Stepan Nercessian - que interpretou o Velho Guerreiro no
teatro, em "Chacrinha, o musical", ela voltou a falar do apresentador
e disse que sua idetificação com o "painho" foi imediata. "O
painho era uma entidade", disse ela.
Tornou-se amiga também de Zuzu Angel. A história da
estilista foi contada nos cinemas em 2006. No longa, Elke foi interpretada pela
atriz Luana Piovani e fez uma participação especial. Elke enfrentou a tortura
da ditadura e chegou a ficar presa por seis dias. Conseguiu ser libertada por
intermédio de Zuzu, que enviou um delegado para tirá-la da prisão.
Aborto e oito casamentos
Em maio, no programa de Raul Gil, no SBT, Elke Maravilha revelou
o motivo de não ter sido mãe. A atriz contou que não saberia educar uma
criança. "Fiz um aborto pois não saberia educar uma criança. Nunca pensei,
só agi. Eu ia fazer um monstro", declarou. Ela disse ainda que "ser
bonzinho" com criança era o pior caminho.
Na ocasião, a atriz relembrou ainda a época em que trabalhou
com Chacrinha. “Painho era a melhor pessoa do mundo. Era um gênio. Era uma
pessoa boníssima, libertaria e libertadora. Ele não tinha preconceito com
nada", disse.
Elke falou também sobre seus casamentos. "Fui casada
oito vezes. O homem não é uma propriedade minha. Não é uma coisa, é um ser
humano". Sobre arrependimentos, ela brincou: "Deveria ter matado
algumas pessoas e não tive coragem".
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