A tragicomédia brasileira de 2016, em que a presidente
honesta é afastada por políticos corruptos, por meio de um golpe parlamentar,
foi retratada pelo escritor Luis Fernando Verissimo, no artigo Ri, palhaço.
"Depois da provável cassação da Dilma pelo Senado,
ainda falta um ato para que se possa dizer que la commedia è finita: a
absolvição do Eduardo Cunha. Nossa situação é como a ópera “Pagliacci”, uma
tragicomédia, burlesca e triste ao mesmo tempo. E acaba mal", diz ele.
"O Eduardo Cunha pode ganhar mais tempo antes de ser
julgado, tempo para o corporativismo aflorar, e os parlamentares se darem conta
do que estão fazendo, punindo o homem que, afinal, é o herói do impeachment.
Foi dele que partiu o processo que está chegando ao seu fim previsível agora.
Pela lógica destes dias, depois da cassação da Dilma, o passo seguinte óbvio
seria condecorarem o Eduardo Cunha. Manifestantes: às ruas para pedir justiça
para Eduardo Cunha!"
Verissimo faz ainda um lembrete: "evite olhar-se no
espelho e descobrir que, nesta ópera, o palhaço somos nós."
Fonte: Brasil 247
Via Portal Vermelho
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