Por *Gi Oliveira
Sim, é verdade. Você pode até não ter se dado conta, mas
você já tem uma Marca Pessoal. Ela é uma junção de tudo sobre você:
personalidade, gostos, posições políticas, suas escolhas doutrinárias,
religiosas, dogmáticas, éticas, sua forma de se expressar, os termos que
escolhe usar, seu gestual, sua forma de se vestir. Basicamente, é tudo o que
você expõe e permite ser apreciado pelos outros.
Alguns comportamentos e/ou preferências têm a capacidade de
contribuir de forma muito significativa na construção desta sua identidade.
Como? Veja bem, se você repetidas vezes se encontra com um grupo de pessoas, no
trabalho, em uma associação religiosa, partidária ou até mesmo na faculdade, e
sempre é pontual e cortês, saudando a todos quando chega e aos que chegam muito
depois também, este comportamento fica registrado como “seu”.
Para aquele
grupo, você inseriu em seu “currículo social” as qualidades da pontualidade e
da cortesia, e quando essas características forem mencionadas, em qualquer
situação ou diálogo, você será lembrado como referência desses comportamentos. Ou se você tem por hábito parafrasear algum
autor, falar algum jargão ou gíria, isso também fica associado à sua pessoa no
inconsciente dos indivíduos com quem você tem contato. O hábito, a repetição, a
frequência de algum comportamento, imprimem uma marca, viciam a mente,
constroem a impressão alheia a seu respeito e compõem sua marca pessoal.
A marca pessoal pode ser positiva ou negativa, depende de
seus atributos constitutivos e dos valores de quem as julga. Mas ela sempre
cria uma expectativa de comportamento nas pessoas com quem você lida ou
trabalha, é uma certeza, uma promessa. Por ser exemplo: já esperamos que o
Senor Abravanel seja irônico, bem-humorado e pouco convencional em seus
programas de domingo. Sorriso amplo e fala entusiasmada já fazem parte da
imagem do personagem, Silvio Santos, que conhecemos. Sua irreverência faz parte
de sua marca pessoal, e existe até quem lhe atribua um certo charme por conta
da excentricidade. Mas o fato é que independente do juízo de valor que lhe for
atribuído, é a repetição, a constância de um comportamento que caracteriza a
formação da marca; ela é real para quem a observa e deve ser também para o seu
proprietário. Uma marca pessoal precisa ser autentica, verdadeira.
A maioria de nós não tem consciência das mensagens que emite
e em virtude disso não é capaz de gerenciar sua reputação. Existem pessoas que
se beneficiam de uma bela fama, mas não sabem bem o porquê disto. Simplesmente
são percebidos de forma positiva pelas outras pessoas. Uma marca pessoal
construída de forma espontânea, sem planejamento pode ter resultado positivo ou
negativo, mas, em ambos os casos, não é desejado e, portanto, não pode ser
controlado ou modificado. Desenvolver
uma marca pessoal relevante pode destacar você em relação aos demais
concorrentes; é como um anúncio comunicando seus atributos e diferenciais. Ao
divulgar quem você é como pessoa, seus valores, sua especialidade, pode atrair
seu público-alvo e repelir pessoas que não lhe interessam ter contato.
Emitimos essas mensagens o tempo todo, sempre que
interagimos com alguém, é natural e inevitável. Não é necessário travar longos
diálogos com a pessoa para que ela tenha alguma impressão sobre você, para que
pense algo a seu respeito, bom ou ruim, falso ou verdadeiro. A interação se dá
pela observação constante, por um período de tempo maior que apenas um olhar.
Sim, porque o julgamento que fazemos em um primeiro olhar é a famosa primeira
impressão, e é uma possibilidade, um chute, uma sensação sem muita base ou
substância, porque não há dados ou informações suficientes que corroborem com
uma conclusão.
Hoje, com a febre das redes sociais, interagimos com
inúmeras pessoas que nunca encontraremos pessoalmente; pessoas que
disponibilizam algumas frações de seu dia, de sua rotina, de seus interesses,
comportamentos. E aos poucos vamos juntando essas mensagens, montando um
quebra-cabeça e formando julgamentos, sentenças a partir do que nos foi
permitido saber, observar e supor. Assim, uma mulher que todos os dias posta em
sua rede social vídeos sobre maquiagem, moda e tendências do mundo fashion pode
estar imprimindo uma marca pessoal atualizada, confiante e empoderada para um determinado público, ou de fútil e
frívola para um outro. Uma mulher que
constantemente compartilha opiniões políticas, que divulga fotos suas em
movimentos sociais, pode estar construindo uma imagem aguerrida, de
intelectualidade, engajamento, para uma audiência, ou de bitolada, rígida ou
passional para outra.
Você deve estar pensando: então de que adianta ter uma marca
se as pessoas me julgarão de várias formas diferentes? Você deve ter em mente
que uma marca pessoal é importante para atingir e influenciar seu público-alvo,
as pessoas que lhe interessam a opinião, a admiração. Não é para ser bem visto
por todos, mas para comunicar a mensagem que escolher divulgar para quem é
importante para você, seus amigos, seus superiores, clientes, concorrentes,
seus eleitores, seu futuro contratante, colegas de trabalho. E como já dito
anteriormente, a marca deve ser essencialmente verdadeira, seus atributos não
devem ser fictícios, irreais ou convenientes.
O que pensam sobre você? O que você quer que pensem sobre
você? Em que você é diferente? Em que aspectos é como elas, vocês se
identificam? É possível reduzir consideravelmente o número de respostas não
desejadas a essas perguntas se houver o gerenciamento de sua marca, além de
ajudar nos relacionamentos pessoais e profissionais ao gerar sensação de
conhecimento, confiabilidade e segurança. Como bônus, neste processo, você
também ganha uma ferramenta importante para sua vida pessoal e profissional:
autoconhecimento.
*Gi Oliveira é Estrategista de Marcas Pessoais
Via - Jornal GGN
Via - Jornal GGN
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