A mídia hegemônica foi a principal protagonista do
"golpe dos corruptos" que depôs Dilma Rousseff e levou o Judas Michel
Temer ao poder. Num primeiro momento, ela deixou de lado seu pessimismo crônico
contra o Brasil e esbanjou otimismo diante do covil golpista.
Agora, porém, alguns
dos seus colunistas já reconhecem o fracasso desta aventura e preveem o seu
trágico fim. O jornalista José Roberto de Toledo, um dos menos contaminados
pelo vírus antidemocrático da imprensa, escreveu no Estadão desta segunda-feira
(12) que "só mesmo um milagre" pode salvar o usurpador.
Especialista na análise de pesquisas de opinião, ele avalia
que "a popularidade de Michel Temer ainda não afundou tanto quanto a de
Dilma Rousseff, mas está em caminho paralelo ao da antecessora. A inclinação da
curva de 'ruim e péssimo' do atual presidente no Datafolha não é tão íngreme
quanto a que levou a petista à ruína. Tem metade da intensidade. Mas o aumento
do desemprego, a proposta de retardar a aposentadoria dos trabalhadores e as
denúncias de corrupção ameaçam empurrar Temer para um patamar semelhante ao do
pré-impeachment de Dilma".
Ainda de acordo com a sua análise, "Temer está a
perigosos 9 pontos percentuais do limiar histórico dos impedidos. Segundo o
Datafolha, o peemedebista saiu de 31% de ruim e péssimo em julho para 51% em
dezembro... Nessa toada, o atual governo cruzaria o Rubicão dos 60% de
impopularidade em três meses. Olhando-se o padrão histórico, significa que o
deadline de Temer e companhia é março de 2017. Obviamente, não é um prazo para
sua queda, mas é uma marca da qual nenhum presidente brasileiro conseguiu se
recuperar".
Os "amigos pessoais" do usurpador
Ele apimenta: "A própria pesquisa Datafolha revela
outros dados preocupantes para Temer, porém. O primeiro é a data em que os
pesquisadores foram a campo: entre quarta e quinta da semana passada. Ou seja,
antes dos jornais, revistas e telejornais divulgarem a delação de um dos 77
executivos da Odebrecht que disse ter mandado entregar milhões na casa de um
amigo de Temer. Mesmo antes de a notícia ser martelada nas mídias sociais, 58%
dos brasileiros já qualificavam Temer como desonesto, e 65%, como falso. Além
disso, três em cada quatro entrevistados afirmaram que o presidente é um
defensor dos mais ricos".
Diante destes dados e fatos, José Roberto de Toledo conclui:
"A avalanche de más notícias para o governo nos próximos dias e semanas
pode acelerar o ritmo de perda de popularidade do presidente e antecipar o
cruzamento do Rubicão dos 60% de impopularidade. Alternativamente, algum
milagre natalino poderia sustar ou mesmo inverter a tendência. Mas só mesmo um
milagre". No mesmo rumo, outro colunista da velha mídia, Fernando
Rodrigues, postou no UOL nesta segunda-feira:
"A semana começa sob o impacto do vazamento do termo da
delação premiada do ex-executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho. Peças
centrais do governo de Michel Temer, incluindo o próprio presidente, são
mencionadas diversas vezes. O conteúdo dos depoimentos, somado ao que ainda
será divulgado, tende a ser devastador para o Planalto". Ele ainda revela
que há forte "pressão para Temer afastar preventivamente do governo os que
foram citados de maneira muito derrogatória em delações da Odebrecht. Os alvos
principais são o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e o secretário Moreira
Franco. Será uma decisão difícil. Ambos são amigos pessoais do
peemedebista".
Josias e Míriam Leitão
Até colunistas mais partidarizados já soam o sinal de
alarme. Josias de Souza, frequentador assíduo do ninho tucano, confirmou no UOL
os dilemas do golpista. "Temer está diante de uma adversidade que lhe
sonega o único papel que desempenhou nos seis meses de sua gestão. Não pode
mais culpar a herança de Dilma por tudo. O apodrecimento do PMDB é culpa dos
políticos que o controlam. Temer preside a legenda há 15 anos. Não demite
padilhas e moreiras porque eles não fizeram nada que não estivesse combinado.
Não se afasta de renans e jucás porque todos os gatunos ficaram pardos depois
que o PMDB virou apenas mais uma organização partidária com fins
lucrativos".
Ele lembra do jantar que Michel Temer, ainda
vice-presidente, ofereceu ao chefão da Odebrecht, Marcelo Odebrecht.
"Antes que fosse servida a sobremesa, mordeu o comensal em R$ 10 milhões.
Ao liberar a grana para os destinatários combinados, o príncipe das
empreiteiras transformou o guardachuva de Temer numa armação sem pano".
Diante de tantos escândalos e da rápida queda da sua popularidade, Josias de
Souza conclui: "Ainda que permaneça no Planalto até 2018, Temer será um
presidente coxo. Constrangido e rejeitado, promete reformas e crescimento
econômico arrastando as correntes da Odebrecht como um zumbi".
Por último, vale citar Míriam Leitão, a ex-urubóloga que
ficou tão animadinha com o covil golpista, mas que já se decepcionou. Em sua
coluna no jornal O Globo nesta segunda-feira (12), ele até parece encampar a
proposta de uma emenda para eleger um novo presidente. "O caminho
constitucional para a eleição direta para a presidência da República, mesmo
após dois anos de mandato, já está sendo construído. É uma emenda
constitucional de autoria do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) que recebeu
parecer favorável do relator da Comissão de Constituição e Justiça, deputado
Esperidião Amin". Sem explicitar, a colunista global parece temer que uma
eleição indireta, feita por um Congresso Nacional chamuscado em denúncias,
conduza o país ao caos total.
Via - Blog do Miro
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