no teatro, merda é uma coisa boa. diga merda a um ator e ele
lhe dará um sorriso ou um beijo na boca.
No Brasil 247
descobri, há pouco, que acionar a descarga inunda o banheiro
de coliformes fecais e que, por isso mesmo, deixar a escova de dentes
desprotegida resulta numa escovação com merda misturada ao dentifrício.
arrrgh!
pra você ver como a gente, involuntariamente, come merda.
mas a gente bebe merda também.
o bilhardário bill gates inventou uma engenhoca que retira
água potável das fezes. disse que isso ajudará a resolver o problema da falta
de água em algumas regiões africanas.
veja você.
alckmin, o santo, foi mais longe que gates. para resolver o
problema hídrico de sampa, o narigudo teve a brilhante ideia de tratar o esgoto
doméstico e torná-lo potável.
gates e alkmin, por esse expediente, parecem querer mudar a
fórmula da água que passaria de H2O para KH2O.
outro dia entrevistei um cidadão que vendia o que ele
apelidava de o melhor café do mundo, o blend chama-se jacu bird coffee.
jacu, como se sabe, é uma ave e o tal bird coffee é extraído
do excremento do pássaro, que engole o grão de café e caga a iguaria.
quer experimentar?, perguntou-me o arguto empresário. claro
que não, retruquei, e essa fuleiragem deveria se chamar cafezes.
onde já se viu?
além da parafilia, marquês de sade, o aristocrata doente e
pervertido, também usou as fezes como material gráfico.
ninguém nunca usou esse termo, mas faço questão de cunhá-lo,
sade inventou a escatografia.
e é nessa arte que o nosso jornalismo tem se especializado.
ao contrário dos exemplos supracitados, no jornalismo merda
é merda mesmo.
lembro-me que durante o processo vagabundo de impichamento
da presidenta, jornalistas cagavam raiva na TV, o que fez minha vó me
perguntar: meu neto, por que esses jornalistas andam tão enfezados?
eu respondi: é porque estão com as entranhas cheias de fezes
acumuladas, minha vó. por isso falam tanta merda.
papa francisco concorda comigo.
pancho, ou chicão como o chamo, o argentino sem papas na
língua, foi taxativo, disse aos jornalistas que espalhar mentiras por aí é
igualar-se aos que têm tesão por fezes.
e disse mais, disse que o midiota, o que acredita nas
mentiras que a mídia conta é um coprófago, um patológico comedor de
excrementos.
o argento não poderia ter sido mais feliz com essa
comparação.
vejo o midiota ainda bebê, arrancando as fraldas e comendo
as próprias fezes. é um treinamento para, adulto, comer a merda alheia.
e chicão disse ainda, mesmo sem dizer, que a midiotia - o
mal do século - é um fenômeno mundial.
mas interessa-me o fenômeno local.
fala-se muita merda nas redações da midiaZona, é só ouvir o
vila, o pondé, o manhattan connection e a moçada do roda viva que a casa já
começa a feder.
miriam leitão, a pig do pig, é uma veterana na modalidade
chafurda-fezes.
depois que o jornalismo se tornou propaganda política e as
redações se converteram numa máquina de difamação e destruição de reputações, a
merda tem corrido solta, sem tratamento.
não é à toa que redações importantes margeiam o fétido e
embostado Rio Tietê, talvez buscando ali inspiração.
nunca se produziu tanto excremento como nos últimos anos.
leonardo boff, antes de chicão jogar merda no ventilador,
apelidou de rola-bosta o articulista "pau mandado" da revistaveja.
ao chamar jornalistas mentirosos de coprofílicos e
excomungar os midiotas por sua coprofagia, chicão se torna o primeiro membro do
alto escalão da santa igreja a usar a escatologia como adjetivo e não como
substantivo.
é que a palavra tem duas acepções morfológicas, bem o sabe
qualquer lexicógrafo.
o étimo do substantivo é o grego éskhatos, que significa
último, derradeiro...
aí, escatologia narra o final dos tempos.
já o adjetivo tem como raiz a palavra grega skatós, essa sim
significa excremento, o material usado nas redações da midiaZona.
portanto, a escatologia aqui trata da escatografia, palavra
originalmente criada agora por este filólogo avant la lettre. palavra da salvação.
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