O clima no PSDB não é melhor do que no PT e isso tem relação
com a expectativa de poder em 2018.
Por Renato Rovai
Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra
acham que podem derrotar quem quer que seja o candidato governista, incluindo
Lula, e por isso nenhum deles está disposto a abrir mão da candidatura em favor
do outro. Outro tucano que sonhava com vôos mais altos já saiu do partido, o
senador Alvaro Dias, que se filiou ao PV. Mas ele era uma estrela menor da
legenda e sua desfiliação não causou estragos.
A disputa pelo PSDB é mais tensa em São Paulo. Alckmin
resolveu peitar as outras lideranças locais, FHC, Aloysio Nunes e Serra, e está
apoiando o empresário João Dória Jr. contra Andrea Matarazzo.
No Palácio dos Bandeirantes, onde havia desconfiança até a
semana passada de se esse apoio era real, agora há gente da confiança do
governador com mapa de votação da prévia anterior buscando lideranças locais
para conseguir apoio para Dória.
Apoios, que segundo o blogue apurou, estão sendo obtidos
muitas vezes na base de contratação para serviços e que estariam sendo pagos
pela campanha de Dória. A campanha de Matarazzo estaria desnorteada com o
avanço desse tipo de convencimento na sua base.
Alckmin tem dito a aliados que não apoiará Matarazzo em
hipótese alguma. E que se ele ganhar a prévia vai construir uma candidatura
forte a partir da sua base aliada para lhe tirar espaço de TV.
Há a possibilidade de liberar partidos para apoiarem
Russomano ou ainda a de lançar seu vice, Márcio França, pelo PSB, para dar gás
ao partido que poderá vir a se filiar para uma futura disputa presidencial.
Se João Dória ganhar, Matarazzo pode vir a sair do partido e
já há quem diga que Kassab estaria disposto a lhe oferecer o PSD para a
candidatura.
Não há chances de a prévia em São Paulo terminar bem, a não
ser que um dos caciques locais, como Serra, assuma a candidatura. O que
aconteceu na eleição passada.
Aécio está assistindo a guerra de camarote, mas também não
estaria otimista em relação aos seus resultados.
O mineiro sabe que o racha em São Paulo é iminente e que se
ele vier a bancar sua candidatura presidencial se impondo no partido, pode vir
a ficar tanto sem Serra quanto sem Alckmin.
Hoje, Serra tem o PMDB para se lançar candidato. E Alckmin o
PSB.
Ou seja, os três caciques têm condição de se lançar numa
disputa nacional sem a necessidade de ficar no partido.
Ainda é muito cedo pra saber o que vai acontecer até 2018,
mas no dia seguinte da eleição municipal o quadro estará mais claro.
E o que parece estar se consolidando é que tanto PT como
PSDB estarão mais fracos para a futura disputa presidencial. E o quadro
político brasileiro que já multifacetado e confuso, pode estar mais embaralhado
até lá.
A eleição de 2018 pode se tornar parecida com a de 1989, com
um monte de candidatos buscando chegar ao segundo turno. E com um leque tão
amplo de opções que qualquer um pode vir a sonhar com a vitória.
Via - Portal Forum
Nenhum comentário:
Postar um comentário