Série mostra como estamos imersos no celular sem nos darmos
conta da realidade que nos cerca
Dentro de um museu, m as talvez mais “dentro” do celular.
Nas ruas, enxergamos o mundo através da tela, que faz a mediação do nosso olhar
em um retângulo. É o que retratam as imagens da série Sur-Fake (“em falso”, em tradução livre), do fotógrafo
francês Antoine Geiger. “No começo, só queria expressar como ficamos nos nossos
próprios mundos, algo que vejo todos os dias no metrô, por exemplo”, diz o
fotógrafo de 20 anos, que fez as imagens em Paris, no ano passado.
Ao longo do
trabalho, no entanto, ele percebeu que
essa conexão excessiva com os aparelhos também nos desconecta do que está ao
redor. “A pedido de um canal de TV russo para uma matéria, recriamos as
condições dos cliques. Eles me filmaram chegando bem próximo das pessoas usando
seus celulares.
E elas nem perceberam a nossa presença”, conta. O efeito que
Antoine criou para as fotos, como se nossos rostos estivessem entrando dentro
dos aparelhos, tornou-se uma metáfora
sobre como somos sugados por eles.
“As fotos estão sendo veiculadas em muitos
sites. E as pessoas estão vendo as imagens em suas telas, e gosto disso, porque
permite refletir. Você vê as imagens e pensa ‘Nossa, esse sou eu agora’.
Idealmente você então desliga o aparelho e passa a olhar ao redor”, observa.
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