A transmissão do Zica Vírus tornou-se uma questão de
preocupação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Afinal, como conter o avanço
da doença e evitar uma pandemia? Neste contexto, milhares de grávidas estão
preocupadas, pois, o Zica Vírus, é um agente de transmissão da microcefalia nos
fetos.
Para piorar o quadro, mulheres estão sendo abandonadas por
seus companheiros, quando a notícia de que o bebê do casal possui microcefalia,
por consequência, má formação.
Médicos que atuam na condução dos casos de microcefalia,
relatam muitas situações de abandono dos pais e mulheres que seguem sozinhas
cuidando dos seus bebês, que precisam de uma atenção especial, devido às fortes
crises de convulsão que a microcefalia causa.
O que é Microcefalia?
A Microcefalia é uma condição neurológica em que a cabeça e
o cérebro da criança é significativamente menor do que a de outras. Um
recém-nascido possui a circunferência do crânio de 32 centímetros ou mais,
enquanto o que possui microcefalia se encontra abaixo dessa medida. A pessoa
que contrai microcefalia pode apresentar crise de epilepsia, deficiência
intelectual e alterações de fala e locomoção.
ONU orienta países à liberarem o aborto em casos de
microcefalia
Nesta sexta-feira, (5), O comissário de Direitos Humanos da
ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein convocou os países que estão em epidemia do Zica
Vírus à liberarem gravidas com diagnóstico positivo para microcefalia à pratica
do aborto "As leis e as políticas que restringem acesso a esses serviços
devem ser urgentemente revistas em consonância com os direitos humanos, a fim
de garantir na prática o direito à saúde para todos", disse em nota.
Um grupo de juristas e especialistas vão entrar com uma ação
no STF para regulamentar o aborto para gestantes portadoras que o feto tenha
microcefalia.
Mosquito, há tempos, incomoda o Brasileiro
O Aedes Aegypti é sinônimo de ameaça aos brasileiros desde o
início do século 20, pois, o mosquito, era o transmissor da febre amarela.
Oswaldo Cruz, sanitarista, foi nomeado pelo presidente da república Rodrigues
Alves à combater as epidemias que assolavam o Rio de Janeiro.
O sanitarista então, planejou um intenso plano de combate ao
mosquito e conseguiu controlar a epidemia da febre amarela. Mais tarde, durante
a era Vargas, o Aedes Aegypti chegou a ser considerado extinto por
especialistas em saúde.
Os anos seguintes seguiram sem políticas de prevenção às
epidemias causadas pelo Aedes e a consequência disso foi uma nova proliferação
do mosquito nos anos 80. Desde então, os números aumentam, mesmo com políticas
efetivas do governo federal para erradicar a dengue e com o agravante do Brasil
possuir um clima quente e úmido, um paraíso para a sua reprodução. O mosquito
então tornou-se mais forte e multifacetado e passou a transmitir além da
Dengue, a febre Chikungunya e o Zica Vírus.
O ministério da Saúde divulgou na última terça-feira (2),
que foram registrados 404 casos de recém nascidos com microcefalia e 17 casos
por contaminação com o zica vírus. 709 casos foram descartados e 3.670 seguem
em observação. Os maiores índices de infectados são da região nordeste.
Esperança
Como os casos de microcefalia podem apresentar maior ou
menor intensidade dos sintomas, há variadas histórias de portadores de
microcefalia que seguem a sua vida sem maiores restrições.
Ana Carolina Dias Cáceres, 24 anos, portadora da
microcefalia em um grau mais brando, se formou recentemente em jornalismo e
escreveu o livro, “Selfie: minha trajetória de vida”.
O pai, Ermínio Cáceres afirmou que é impossível não lembrar
das problemas e dilemas que surgiram logo após o diagnóstico da microcefalia.
"A gente não sabia se ela ia andar, se ela ia falar, se
ia ouvir e hoje está aí, como vocês estão vendo, formada em jornalismo. Fez o
curso tranquilamente, tudo de bom".
A jornalista, que recentemente escreveu um depoimento no
Facebook rechaçando a ação a favor do aborto no STF, diz que reexaminou a
questão. A jovem disse que conversou com Debora Diniz, que está à frente da
ação e ouviu que é importante dar apoio para as mães que possuem filhos com
microcefalia também garantir o direito à escolha para as gestantes.
Heloísa Viscaína, presidenta do Conselho de Neurologia da
Sociedade de Pediatria do Rio de Janeiro, afirma que o cuidado com as mães de filho começa
ainda na gestação. "A mãe precisa muito de apoio psicológico pois sabemos
que ela vai ficar preocupada sobre a saúde global da criança", conclui.
Do Portal Vermelho, Laís Gouveia, com informação de agências
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