O presidente da Bolívia, Evo Morales, declarou nesta
quarta-feira (24) que perdeu “uma batalha, mas não a guerra”, referindo-se ao
resultado do referendo que propunha o direito do presidente concorrer à
terceira reeleição.
Em pronunciamento à imprensa em La Paz, Evo também agradeceu
aos movimentos sociais que o apoiaram na campanha pelo “sim”. “Exceto neste
referendo, em tudo derrotamos [a oposição], todas as batalhas. Agora perdemos
uma batalha, mas não a guerra”, disse o mandatário. Destacou ainda que a
batalha continua, com mais força, experiência e unidade.
A vitória do “não” foi confirmada na noite de terça-feira
(23) pelo Tribunal Supremo Eleitoral da Bolívia, com 51,3%. Há 10 anos na
presidência, Morales tentava poder concorrer a um quarto mandato nas eleições
de 2019. O primeiro mandato não entra na conta por ser anterior à atual
Constituição boliviana, em vigor desde 2009.
Já o ministro da Presidência, Juan Ramon Quintana denunciou
que a Bolívia enfrenta ataques simultâneos por parte de políticos da direita
“domesticados por um patrão imperial” e de meios de comunicação sem escrúpulos,
segundo a agência Prensa Latina.
Em entrevista concedida ao programa televisivo Três em
linha, o político assinalou que as estratégias oposicionistas são cada vez mais
sofisticadas e incluem o chamado golpe suave e outras táticas dos Estados
Unidos para desestabilizar nações do Oriente Médio.
“Além de implementar essas práticas em nosso país, utilizam
a guerra econômica contra a Venezuela e a guerra midiática contra o Equador”,
alertou. “Também impulsionaram uma estratégia comunicacional brutal contra os
Kirchner na Argentina através do consórcio Clarín. Hoje temos meios na Bolívia
que seguem o mesmo roteiro desse grupo, de uma elite que despreza o governo do
povo”, denunciou.
Por outro lado, condenou os intentos da oposição de minar a
legitimidade e o prestígio do presidente Evo Morales, suas qualidades de homem
honesto, trabalhador e de grande estadista anti-imperialista que fez todo o
possível para garantir a soberania e a dignidade dos bolivianos.
O ministro assinalou que no referendo em que Evo Morales foi
derrotado o seu partido, o Movimento ao Socialismo fez uma batalha heroica
graças ao apoio dos “pobres, humildes, desamparados, daqueles que sabem que a
soberania do Estado Plurinacional depende da estabilidade e do crescimento
econômico, e reconhecem a liderança de Evo Morales”.
Por outro lado, assegurou que o governo continuará
impulsionando o processo de mudanças iniciado em 2006 e cumprirá o plano
nacional de desenvolvimento até 2020, assim como a agenda patriótica até 2025.
Fonte: Blog da Resistência
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