“Minha primeira palavra é de agradecimento a vocês por duas
coisas: primeiro por terem votado no Pimentel e depois por terem votado na
Dilma, fazendo dela a mais votada em Minas Gerais”, disse o ex-presidente Lula
aos eleitores presentes no ato em apoio à reeleição de Dilma Rousseff, na manhã
deste sábado (17), na praça Duque de Caxias, no bairro de Santa Tereza, região
Leste de Belo Horizonte (MG).
O encontro contou com a participação governador eleito no
primeiro turno em Minas Gerais, Fernando Pimentel.
O discurso de Lula foi marcado por comparações com outros
períodos da história política do país. Em uma delas, lembrou do bombardeio que
sofreu da imprensa nas eleições presidenciais de 1989.
“Estamos vendo o mesmo comportamento da imprensa, junto com
a esta nova elite que não admite nenhum governante que olhe para o pobre. Eles
têm preconceito de um programa que dá R$ 200 para uma pessoa, mas não têm
quando dá R$ 1 bilhão para o empresário”, afirmou.
O ex-presidente também criticou a postura agressiva do
candidato de oposição, Aécio Neves (PSDB), que durante o debate chegou a xingar
Dilma de leviana, depois que a presidenta citou denúncias comprovadas de que o
candidato tucano empregou parentes no período em que foi governador de Minas
Gerais.
“Eu disputei muitas eleições nesse país, eu nunca vi um
cidadão faltar com respeito como ele (Aécio) faltou com a Dilma. Nunca fiz isso
com o sociólogo (FHC). Pegue uma palavra minha chamando alguém de mentiroso, de
leviano. Eu queria ouvir ele (Aécio) falar assim se o outro candidato fosse um
homem”, desafiou Lula.
Os ganhos sociais dos governos Lula e Dilma em Minas Gerais
foram lembrados pelo ex-presidente, que disse não entender o desconforto
causado entre os mais ricos. “Conheço uma pessoa que tinha vergonha de falar
que era do ProUni. Ela se vingou sendo a melhor aluna da faculdade. Agora o
mineiro que quer ir a Salvador não vai de ônibus, vai de avião. Vamos ser
francos: quando é que uma moça negra, filha de pai motorista, poderia se tornar
advogada? Hoje pode, porque nós demos as condições”.
Falta de diálogo dos tucanos
Lula comentou ainda o distanciamento do candidato Aécio
Neves dos pobres quando foi governador. “Quem lembra algum dia que o governador
tenha feito uma reunião com catadores de material reciclável? Quantas colônias
de hansenianos visitou? Quantas reuniões com Sem Teto? Quem tiver uma foto
desse momento por favor me mostre. Pois bem, essa é uma das diferenças que
temos com ele”.
O impasse com os professores de Minas Gerais, que em três
anos realizaram duas greves de mais de 100 dias, em 2011 e 2013, também foi
apontado por Lula como falta de sensibilidade tucana com a Educação. “Eu não
lembro, em nenhum momento da história, nem no regime militar, de um momento que
os professores foram tão perseguidos como em Minas Gerais”.
Parcialidade da imprensa
Lula criticou as publicações estrangeiras que em época de
eleição nos países da América Latina tomam partido dos candidatos que favorecem
os bancos privados e o mercado financeiro.
“Quando a Europa inteira demitiu 100 milhões de pessoas,
Dilma criou 5,5 milhões de novos empregos. Eles (mercado financeiro) queriam
que a Dilma jogasse a crise no colo dos trabalhadores, mas Dilma não aceitou
fazer isso”.
Lula complementou reafirmando a sabedoria do povo brasileiro
diante da posição de uma revista estrangeira, que reflete uma visão
macroeconômica deturpada. “Não vai ser uma revista estrangeira que dirá em quem
temos que votar. O povo brasileiro sabe decidir e a elite deveria nos agradecer
porque hoje o pobre ajuda a movimentar a economia”.
Via Portal Vermelho
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