Procurei não me manifestar durante o segundo turno, mas
definitivamente não gosto de muros, muito menos de ficar em cima deles.
Procurei avaliar com discernimento e escolher o lado do muro que está mais de
acordo com o que espero da vida e do meu país. Comparei os dois partidos, e os
dois candidatos antes de chegar a minha conclusão.
É claro que o país precisa melhorar e muito, mas já
estivemos em situação muito pior.
Seria muito fácil simplesmente ser oposição, ir de acordo
com as “modinhas”, com as notícias que a revista marrom e a Rede Globo injetam
na nossa juventude, mas nunca gostei de ser igual a maioria. Pelo menos na
internet e no Paraná, me parece a maioria. Entre essa maioria, o ódio e a falta
de argumentos são eminentes.
Seria muito fácil votar no PSDB e falar mal do PT, quando
tenho meu Iphone e internet a vontade para publicar minha indignação com o
governo atual nas redes sociais, muito simples criticar o Bolsa Família, afinal
eu não dependo dela, aliás para ser bem sincero, qual o motivo para me importar
se o povo do nordeste está passando fome?! Se quando chego em casa posso me dar
o luxo de escolher um delivery, ou preparar meus alimentos orgânicos para
compor minha dieta “detox”, sem glúten e sem lactose. Claro, o verão chegou e
preciso intensificar o treino na academia para estar com o corpo em dia para,
enfim, curtir o fim de semana no litoral com os amigos e postar no Instagram.
Pra que perder meu tempo para vasculhar o que o PSDB fez, ou deixou de fazer
pelo nordeste na época em que esteve no poder?! Se preciso comprar aquela calça
da Calvin Klein, para impressionar na balada que vai rolar na próxima
terça-feira numa fazenda de algum milionário.
Essa xenofobia escancarada que vai contra tudo que defendo e
sou, que ataca o povo nordestino que é o meu povo também. Meu saudoso avô, e
meu pai saíram do Ceará; E posso lhes afirmar meus “queridos”: Eles não são
burros, aliás eles são exemplos de inteligência e caráter para mim. No Ceará a
falta de água e a seca nada tinham a ver com o governante que o povo de São
Paulo escolheu por mais quatro anos, por exemplo.
A única coisa que sinto saudades dos anos 90 é do bom e
velho Rock and Roll, passei por problemas de saúde, e devido à alta inflação e
ao baixo acesso a saúde, meu pai precisou vender o carro da família conquistado
com muito suor, precisamos de rifas e claro muitas orações pra eu conseguir a
cirurgia. Eu me sentia culpado por ter feito minha família gastar tanto naquela
época, a cabeça de um menino não entende o que acontece no país. Hoje eu vejo
que tudo era mais difícil.
Não posso ir contra um governo que tirou 40 milhões de
brasileiros da fome; Um governo que construiu 18 novas universidades federais e
500 institutos federais; Um governo que, com suas intervenções na economia,
possibilitou que o trabalhador trocasse de carro e pudesse viajar de avião;
Governo em que os pobres têm dinheiro na mão, gastam no comércio local, geram
emprego, renda, produção, enquanto deixam os filhos com as vacinas em dia e na
escola, aprendendo; Há doze anos os juros vem baixando e não pedimos
empréstimos para o FMI, aliás pagamos a dívida que o governo anterior criou;
Este governo fortaleceu o Mercosul e foi solidário para com os povos africanos;
Este governo tem um salário mínimo 200% maior; Este governo baixou a taxa de
desemprego para 5%; Neste governo, a crise econômica mundial não desempregou o
povo.
Eu tenho a esperança clara da reforma política, valorizo a
comida na boca de um povo que, pela primeira vez na história, saiu do linha da
fome. Mas não saiu nos jornais.
Valorizo a assinatura na carteira de trabalho da empregada
doméstica. Que agora pode até ver sua filha cursando a mesma faculdade que o
filho do patrão.
Valorizo o auxílio que a mãe recebe para alimentar o filho.
E garantir o mínimo de cidadania e dignidade.
Valorizo a inflação controlada e a economia firme, durante
um terremoto econômico mundial, a desigualdade atingindo os menores índices da
história do Brasil.
Valorizo o sono da primeira criança da família a dormir num
quarto de verdade, o churrasco de domingo com os vizinhos, que agora também
puderam financiar a sua casa e ter um lar.
O primeiro diploma de cada família, que nunca antes sequer
tinha pisado em uma universidade.
Valorizo o pai e a mãe de família que puderam ter uma casa,
através do maior programa habitacional do país.
Sou pobre, filho e neto de nordestinos, filho do Brasil,
sonhador, realista, sou 13!
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