O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, apresentou
nesta segunda-feira (6) o resultado de uma auditoria que identificou a real
situação em que o estado foi encontrado no início de 2015, após 12 anos de
gestão do PDSB. Segundo levantamento, o chamado “choque de gestão”, tão
propalado pelos tucanos durante a campanha, provocou um déficit no orçamento da
ordem de R$ 7,2 bilhões.
Estelionato? A não ser na propaganda, os tucanos não conseguiram minimamente equilibrar as contas |
Aécio Neves, inconformado com a derrota nas urnas, propaga a
tese entre os golpistas de que a presidenta Dilma Rousseff cometeu “estelionato
eleitoral”. Mas diante do levantamento apresentando pelo governo de Minas, o feitiço
virou contra o feiticeiro. O centro da campanha de Aécio e de seu afilhado,
Antônio Anastasia – que sucedeu Aécio no governo de Minas, tendo se licenciado
para concorrer a vaga no Senado – era dizer que o governo federal deveria
seguir o “exemplo” dos tucanos em Minas e aplicar um “choque de gestão”.
A não ser na propaganda, os tucanos não conseguiram
minimamente equilibrar as contas, tendo incorrido desde 2003 em déficits
nominais monumentais, superiores a 20% de sua receita corrente líquida.
O quadro é dramático e inclui milhares de obras paralisadas,
pagamentos de fornecedores atrasados, crescente desigualdade regional e “um
Estado onde há uma carência de planejamento estratégico para crescer de forma
sustentável”, diz o texto divulgado pelo governo junto com o levantamento.
O último governo foi de Antonio Anastasia, que deixou o
cargo antes do término do mandato para trabalhar na elaboração do plano de
campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que se candidatou à presidência no
ano passado.
Os dados também apontam reservatórios de água em situação
crítica, apenas 26% das cerca de 3,6 mil escolas em boas condições, rombo de R$
1,5 bilhão na Saúde, área em que faltam medicamentos, hospitais, ambulâncias e
centros de exames e o crescimento de 52,3% do número de homicídios entre 2002 e
2012.
Os números foram detalhados em um hotsite, que divide o
balanço em dez tópicos e, segundo o governo, “apresenta a situação básica, os
principais problemas e algumas propostas de ação, sendo um resumo do balanço de
90 dias apresentado pelo governo de Minas Gerais. Além dos relatórios de cada
secretaria, também foram realizadas reuniões e entrevistas com os secretários
de Estado para definir o conteúdo final”.
A plataforma permitirá, em breve, “que o cidadão possa
interagir com o governo estadual. A ideia é ouvir a população para ampliar o
diagnóstico, que será atualizado periodicamente”, informa o governo.
Os dados também dão conta que das 550 mil propriedades
rurais do estado, boa parte não é registrada. “Sem o título fundiário de posse
de terra, o produtor rural não pode tirar empréstimos bancários, requisitar
ligações de energia, água e esgoto. No diagnóstico realizado pelo governo,
foram encontrados 16 mil pedidos de regularização parados.”
Do Portal Vermelho, com informações de Brasil 247
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