Nesta quarta-feira (22), as centrais sindicais
intensificarão, em todo o país, a luta nas ruas e nas redes contra o PL 4330,
que amplia a terceirização no Brasil. Em Brasília, mais uma vez, os
parlamentares vão se reunir para analisar e votar os destaques do projeto.
Trabalhadores avisam: "Não sairemos das ruas" |
Com o apoio de lideranças sindicais, partidárias e
movimentos sociais, as centrais vão pressionar pela retirada do projeto que
amplia de forma ilimitada a terceirização que será colocado em votação nesta
quarta (22) na Câmara dos Deputados.
Serão organizados atos nos aeroportos, praças e portas de
fábricas.A CTB, por exemplo, convocou seus dirigentes para uma vigília que se
iniciará às 10 horas no PASSI (Posto Avançado de Ação Sindical, Social e
Institucional), em Brasília, e seguirá para o anexo 2 da Câmara dos Deputados. "O
propósito é não dar trégua aos parlamentares e insistir com determinação e
mobilização permanente da militância contra esta tentativa de precarização das
relações de trabalho", diz nota da central.
Os deputados votaram os destaques do projeto, entre eles dois
fundamentais que tratam da responsabilidade solidária das empresas e da
ampliação da terceirização para a atividade-fim. Estes dois destaques do
projeto são considerados pelas centrais sindicais os mais lesivos ao
trabalhador.
O primeiro retira da empresa contratante qualquer obrigação
de cumprir com deveres trabalhistas se estes forem desrespeitados pela firma
contratada. "Na prática, o trabalhador fica sem ter a quem recorrer para
fazer valer seus direitos. O segundo destaque é o que libera geral permitindo
que uma empresa terceirize todo seu corpo de funcionários, mesmo nas atividades
que são o carro-chefe de sua empresa", enfatiza a CTB.
As mobilizaçõees realizadas na semana passada pelas ruas de
todo o Brasil e nas redes sociais contra o projeto deram um banho de água fria
nos planos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é o maior
defensor do proejto. A pressão efeito e diante do recuo de muitos
parlamentares, Cunha teve que adiar a
votação dos destaques do PL 4330.
“Para nós termos um Brasil melhor, vai ter que mexer na
linha econômica. Ajuste, se for pra fazer, que faça nas grandes fortunas”,
defendeu o presidente da CUT, Vagner Freitas, que atacou o projeto da
terceirização. “Se for preciso fazer uma greve nacional pra impedir que se mexa
no PL 4330, não tenham dúvidas de que faremos.”
Senado
O presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) sinalizou
que a ampliação da terceirização, como está "não passa no Senado".
Calheiros afirmou que é contra a terceirização das
atividades-fim e que se trata de assunto "muito grave" para ser
tratado com "tamanho açodamento", disse referindo-se à
"pressa" manifesta por Eduardo Cunha para fechar a questão.
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