Escritor e ativista uruguaio Eduardo Galeano durante debate
em Porto Alegre (RS), em 2005. (Foto: Agliberto Lima/Estadão Conteúdo/Arquivo)
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Jornalista, historiador e ensaísta morreu nesta segunda em
Montevidéu.
Ele é autor da obra 'As veias abertas da América Latina'.
O escritor uruguaio Eduardo Galeano morreu aos 74 anos em
Montevidéu, nesta segunda-feira (13), segundo o site do jornal "El
País". Galeano estava internado em um hospital na capital uruguaia desde
sexta-feira (10) devido a complicações de um câncer de pulmão, que já havia
sido tratado em 2007.
Nascido em Montevidéu no dia 3 de setembro de 1940, Eduardo
Galeano começou muito jovem no jornalismo e nos mais variados gêneros
literários como o ensaio, a poesia e a narrativa. Ensaísta, historiador e
ficcionista, publicou mais de 30 livros, quase todos traduzidos no Brasil. Ele
é autor da obra "As veias abertas da América Latina", em que
denunciou a opressão e amargura do continente e que foi traduzido para dezenas
de idiomas.
Em sua cidade natal, foi chefe de redação do semanário
"Marcha", na década de 1960, e diretor do jornal "Época".
Aos 14 anos, Galeano já vendia suas primeiras charges políticas para jornais
uruguaios como El Sol, do Partido Socialista.
Durante o golpe militar no Uruguai, em 1973, Galeano foi
preso. Para fugir da cadeia, exila-se na Argentina. No país vizinho, chegou a
lançar o livro “Crisis”, mas não teve vida fácil. Em 1976, outro golpe militar,
dessa vez liderado pelo general Jorge Videla, coloca novamente sua vida em
risco.
O nome do escritor vai parar na lista dos esquadrões da
morte, que executavam opositores ao regime. Para salvar sua vida, ele se
refugia na Espanha. Ele só voltaria ao Uruguai em 1985, quando ocorre a
redemocratização. Após o retorno, viveu em Montividéu até morrer.
Recebeu o prêmio Casa de Las Américas em 1975 e 1978, e o
prêmio Aloa, promovido pelas casas editoras dinamarquesas, em 1993. A trilogia
"Memória do fogo" foi premiada pelo Ministério da Cultura do Uruguai
e recebeu o American Book Award (Washington University, EUA) em 1989.
Ainda em solo espanhol, Galeano iniciou “Memória do fogo”,
uma trilogia sobre a História das Américas. Passando pelos povos
pré-colombianos até o recuo das ditaduras militares na região, Galeano leva
para as páginas personagens como generais, artistas e revolucionários. A
história americana é contatada por meio de pequenos textos sobre ações que
mudaram o modo de encarar a vida no continente.
Em 1999, Galeano foi o primeiro autor homenageado com o
prêmio à Liberdade Cultural, da Lannan Foundation (Novo México). É autor de
"De pernas pro ar", "Dias e noites de amor e de guerra",
"Futebol ao sol e à sombra", "O livro dos abraços",
"Memória do fogo" (que engloba "Os nascimentos", "As
caras e as máscaras" e "O século do vento"),
"Mulheres", "As palavras andantes", "Vagamundo",
"As veias abertas da América Latina" e "Os filhos dos
dias".
Fonte G1
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