As centrais sindicais e os movimentos sociais, como
Movimento dos Sem-Terra (MST) e União Nacional dos Estudantes (UNE), realizam
nesta terça-feira (7) uma série de mobilizações e manifestações populares
marcando o Dia Nacional de Luta. O ato central acontece em Brasília, no gramado
diante do Congresso Nacional.
“Todo esforço se volta no sentido de garantir a democracia,
a legalidade constitucional do mandato da presidenta Dilma Rousseff, a defesa
da Petrobras diante de todo o cerco que tem como objetivo criar um caminho para
a privatização, mas principalmente, a defesa dos direitos trabalhistas e da
reforma política e democrática”, afirmou o presidente da Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adílson Araújo.
O Dia de Luta também defende a saúde pública, os princípios
democráticos, a manutenção dos direitos dos trabalhadores, a reforma agrária e
a regulamentação da mídia.
Haverá concentrações nas ruas e estradas, atividades nas
portas de fábricas, em bairros e escolas. Segundo Adílson, as manifestações são
um contraponto a agenda conservadora do Congresso que afeta diretamente os
direitos dos trabalhadores. “Se contrapor a isso vai no sentindo de retomar o
desenvolvimento nacional por uma justa política de valorização do trabalho, já
que a classe trabalhadora ainda tem muitas demandas contingenciadas, como a
redução da jornada, o fim do fator previdenciário, a aprovação da 158 da OIT”,
destacou o sindicalista.
Clareza
Adílson salientou que a classe trabalhadora é a força motriz
do desenvolvimento, responsável pelos principais avanços e conqusitas. “Os
trabalhadores sempre tiveram clareza do seu papel e a mobilização se dá diante
da necessidade de erguer a bandeira em defesa da nação, da soberania e dos
direitos sociais e trabalhistas”, disse.
Segundo ele, o Brasil alcançou avanços frente ao cenário
econômico internacional por conta das reais condições criadas a partir do
governo Lula com a melhoria das condições de vida, de mais acesso aos direitos,
muito motivada pela geração de emprego e renda.
“É imprescindível que não se perca tudo que conquistamos.
Seria permitir um retrocesso e ninguém está disposto a voltar ao passado da
privatização, do desemprego, do descontrole. Há uma necessidade de ganhar as
ruas para fazer justamente esse contraponto e permitir que a gente tenha
certeza de que tudo que está bom vai continuar e o que não está vamos
melhorar”, completou Adílson.
Não ao PL 4.330
As manifestações também reivindicam a retirada do projeto de
lei 4330/04, que regulamenta a terceirização da mão de obra. O projeto tem
votação prevista para a sessão plenária nesta terça (7).
“Esse projeto, na prática, é a instituição do trabalho
precário e a extinção da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), pois na
medida em que vai prevalecer em grande parte o negociado sob o legislado, o
trabalhador vai perder muito. Não tem como garantir os plenos direitos”,
denunciou Adílson.
“O projeto tira dos trabalhadores direitos duramente
conquistados e dá aos patrões segurança jurídica para contratar do jeito que
quiser”, afirma o presidente da CUT, Vagner Freitas. Para ele, a tramitação do
projeto mostra o Congresso está pautado pelos “interesses patronais e da
elite”.
“A agenda dos empresários está tendo prioridade. Por isso,
temos de organizar e mobilizar cada vez mais nossas bases, nossa militância
porque a luta pela manutenção e ampliação dos direitos vai exigir uma dedicação
enorme de todos nós”, conclama o sindicalista.
Outra preocupação das centrais é o desemprego. Segundo os
representantes dos trabalhadores, a aprovação do projeto elevaria o subemprego,
que hoje atinge 12,7 milhões de terceirizados, quase 7% do mercado de trabalho.
“Trabalhador terceirizado recebe de 30% a 50% menos do que
um trabalhador formalizado. O índice de doenças ocupações é maior entre esses
trabalhadores. Portanto, o PL 4.330 é uma violação aos direitos”, denunciou
Adílson, da CTB.
Do Portal Vermelho, Dayane Santos, com informações das
centrais
Nenhum comentário:
Postar um comentário