Os grandes sites deram a notícia sem detalhes, apenas de que
tinha sido encontrado um “aparelho de escuta” prédio da superintendência da
Polícia Federal (PF) em Curitiba. Ponto, mais nada.
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço
Só o repórter Diego Ribeiro, do paranaense Gazeta do Povo,
foi um pouco além. E vejam que pérolas que grifei:
“Um grupo de policiais federais descobriu um grampo ilegal
dentro da sede da PF em Curitiba. A descoberta foi feita por acaso, enquanto os
policias conversavam no cafezinho da PF sobre outra escuta ilegal descoberta na
carceragem do ano passado.
O grampo a que eles se referiam foi descoberto na cela de
Alberto Youssef. Na semana passada, um agente da PF admitiu que foi ele quem
colocou a escuta. E disse que o fez a mando de três delegados que participam da
Operação Lava Jato.
Na conversa informal, no cafezinho, os policiais se tocaram
de que sempre os agente usam aquele lugar para conversar. E pensaram se não
poderia ter alguém ouvindo aquilo ilegalmente. Começaram a procurar e acharam
em seguida. A escuta estava em uma caixa de lâmpada de emergência.
Imediatamente, os policiais fizeram o registro da
descoberta. Nos depoimentos que prestaram, consta que foi descoberto um
aparelho “envolto em fita adesiva”, “aparentemente para captação de sinais
sonoros” e “aparentando ter microfones nas pontas”. Curiosamente, um adesivo
indicava o número “6”.
A história fica entre a comédia e a tragédia.
Quem entraria na sede da Polícia Federal para colocar um
“grampo”? O Ed Mort, do Veríssimo? O detetive de infidelidade conjugal? Os
repórteres-grampeadores da Veja?
A escuta na cela de Youssef era para escutar ele falando com
as paredes? Ou para saber se ele falava dormindo?
Este policial foi preso? Os delegados que teriam mandado
fazer a escuta estão afastados e respondendo a inquérito?
E os agentes, assim, casualmente, enquanto comentam o jogo
do Barcelona no cafezinho, têm um estalo de Vieira e saem metendo a chave de
fenda nas luminárias, com o “palpite” de que ouviam suas conversas amenas no
lanche?
As imundícies da Lava-Jato não se resume, todos estão vendo,
aos corruptos. Quando a sede da Polícia Federal vira palco de bandidagem desta
natureza e a imprensa se cala está claro que lá, entre as araucárias, está
implantado o vale-tudo.
Via Portal Vermelho
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