Governador do Paraná não volta atrás na proposta de reajuste
de 5% aos professores da rede estadual, que protestaram ontem em Curitiba pelo
mínimo de 8,17%; após reunião sem acordo, servidores ameaçam greve geral no
Estado; "Nossa indignação só aumenta", disse Marlei Fernandes de
Carvalho, representante do sindicato dos trabalhadores da educação pública; na
Assembleia Legislativa, até os deputados que votam com Beto Richa (PSDB) dizem
estar no limite e podem aprovar uma emenda ao projeto do Executivo que concede
o aumento reivindicado, de 8%, mesmo que seja inconstitucional e atrapalhe as
contas do Estado.
Paraná 247 – A reunião realizada entre o governo do Paraná e
representantes dos professores da rede pública estadual, nesta terça-feira 19,
terminou, mais uma vez, sem acordo. O governo manteve a proposta de reajuste
salarial de 5%, enquanto a categoria pede aumento 8,17% para compensar a
reposição da inflação. Os grevistas estão de braços cruzados desde o dia 25 de
abril, uma paralisação que afeta mais de 1 milhão de alunos.
"Nossa indignação só aumenta. O governo, reunido com o
chefe da Casa Civil [Eduardo Sciarra], o secretário da Fazenda [Mauro Ricardo
Costa] e o líder do governo [o deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB)], não tem
proposta. Na nossa avaliação, não há como aceitar porque não se sabe quando vão
pagar", disse, após o fim do encontro, Marlei Fernandes de Carvalho, uma
das representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná
(APP-Sindicato).
Hoje, cerca de 10 mil pessoas voltaram às ruas de Curitiba
em defesa do reajuste de 8,17%. Servidores estaduais ameaçam greve geral no
Estado a partir de hoje e pedem "Fora, Richa!". Segundo Marlei, sete
universidades estaduais, além dos professores da educação básica, estão
parados. As demais categorias devem definir, em assembleia, se aderem à
paralisação.
O governo do Paraná ainda não se pronunciou sobre a reunião
de hoje. Anteriormente, o chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, disse que o
governo já estava no limite da lei de responsabilidade fiscal e da
disponibilidade financeira do estado. "Estamos fazendo um esforço extraordinário
para garantir esse índice de reajuste num momento em que a economia dá sinais
concretos de recessão e aumento do desemprego", afirmou.
Deputados ameaçam aprovar reajuste de 8% à revelia
Na Assembleia Legislativa, onde a maioria tem votado com
Richa, os deputados também dizem estar no limite e cresce a tendência de se
aprovar uma emenda ao projeto do Executivo que concede o aumento reivindicado
pelos professores, de 8%, mesmo que seja inconstitucional e atrapalhe as contas
do Estado. "A CCJ diz que é inconstitucional, mas está surgindo uma outra
visão", diz um governista, segundo reportagem do jornal Gazeta do Povo.
Outro governista disse ter falado "com oito deputados
que votam com o governo" e que "todos disseram que estão no limite.
Não têm como comprar mais uma briga, pegar mais um rabo de foguete. Ninguém
está falando em pedir liberação de emendas, nada. Simplesmente, dizem que não
votam esse projeto".
Um terceiro parlamentar da base acredita que
"alguém" no governo terá o bom senso de rever o projeto. "Quando
eles entenderem que a base vai fazer a emenda, eles vão mandar o projeto desse
jeito, com 8%, nem que seja parcelado. Eles não vão querer perder no
plenário", declarou um peemedebista. Os deputados reclamam de, até agora,
não terem conseguido iniciar seu mandato, precisando se esconder da população
com tantos problemas.
Via Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário