O secretário nacional de Juventude do governo interino de
Michel Temer, Bruno Moreira Santos, é acusado por duas mulheres de agressão,
ameaça e assédio sexual. Sua ex-companheira, Vitoria Abreu Alves da Costa diz
que ele a agrediu com socos, tapas, chutes e puxões de cabelo, além de
ameaçá-la com uma faca.
Procurado pela coluna Expresso, da Revista Época, Bruno
disse que não conhecia Vitória. Depois, confrontado com a declaração que ela
deu no Boletim de Ocorrência, o secretário de Temer confessou que manteve um
relacionamento com ela por um ano e que eles tiveram uma filha. Negou, no
entanto a agressão, e disse que nunca foi intimado sobre o caso.
Outra mulher, uma ex-funcionária de Bruno em uma agência do
governo de Minas Gerais já prestou queixa contra ele por assédio sexual. Em
Boletim de Ocorrência, ela disse que ele fazia “insistentes propostas de
relacionamento, elogiando-a acintosamente, convidando-a para lhe acompanhar em
viagens, além de usar termos mais ousados, sempre manifestando o interesse em
manter algo mais íntimo”. De acordo com ela, depois de diversas recusas, as
investidas começaram a vir com ameaças de demissão.
Da Época
Por Ricardo Della Coletta e Alana Rizzo
Bruno Moreira Santos é alvo de duas acusações de agressão
pela ex-mulher e de assédio sexual contra ex-funcionária
Nomeado nesta semana secretário nacional de Juventude pelo
presidente interino, Michel Temer, Bruno Moreira Santos foi acusado de
agressão, ameaça e assédio sexual por duas mulheres. Em um dos Boletins de
Ocorrência registrados contra Bruno, sua ex-companheira Vitoria Abreu Alves da
Costa diz que ele a agrediu com “socos, tapas, chutes e puxões de cabelo, além
de ameaçá-la com uma faca”.
As informações constam em dois Boletins de Ocorrência
registrados em delegacias de Belo Horizonte e aos quais a EXPRESSO teve acesso.
No Boletim de Ocorrência de Vitoria, ela diz que foi vítima
de violência porque Bruno não aceitou o término do relacionamento. Procurado
pela EXPRESSO, ele afirmou primeiro que não conhecia Vitoria. Confrontado com a
declaração da própria no documento de que ambos foram cônjuges, o secretário
nacional de Juventude reconheceu que manteve um relacionamento com ela por um
ano, com quem teve uma filha. Ele negou a agressão, afirmou que não conhecia o
Boletim de Ocorrência e que jamais foi intimado sobre o caso.
“Nunca fui intimado, nunca fui ouvido sobre esses boletins.
[Você] está me trazendo uma surpresa nova”, alegou. Apesar de se dizer
surpreso, ele afirmou que a ocorrência foi registrada porque ganhou na Justiça
a guarda da filha que teve com Vitoria.
A indicação de Bruno para comandar a Secretaria Nacional de
Juventude consta no Diário Oficial desta segunda-feira (20). O salário do cargo
é de R$ 13.974,20. Aos 24 anos, ele é presidente da Juventude Nacional do PMDB
e filho do deputado estadual de Minas Gerais Cabo Júlio, do mesmo partido.
O outro Boletim de Ocorrência registrado contra Bruno é de
setembro de 2015. Nele, uma mulher que à época era subordinada a Bruno em uma
agência do governo de Minas Gerais relata ter sofrido assédio sexual por parte
dele. Ela disse que Bruno lhe fazia “insistentes propostas de relacionamento,
elogiando-a acintosamente, convidando-a para lhe acompanhar em viagens, além de
usar termos mais ousados, sempre manifestando o interesse em manter algo mais
íntimo com a solicitante”. No Boletim de Ocorrência, a funcionária afirma ainda
que as investidas, após as recusas, passaram a vir acompanhadas de ameaças de
demissão.
Por último, a funcionária declarou colocar à disposição da
polícia seu aparelho celular em que há trocas de mensagens com os “convites,
elogios e ameaças” feitos por Bruno.
Procurado, o secretário nacional de Juventude recém-nomeado
disse que também não tem conhecimento do boletim, mas depois disse que as
acusações foram feitas depois de ele ter demitido a funcionária. “A partir do
momento que falei que iria exonerar, ela passou a fazer esse tipo de denúncia
em todos os órgãos”, justificou. Segundo ele, acusações feitas em órgãos de
controle do Estado foram arquivadas.
A EXPRESSO ligou para a funcionária que fez o boletim, mas
ela não retornou. Vitoria Abreu Alves da Costa não foi encontrada.
A Secretaria Nacional de Juventude é vinculada à Secretaria
de Governo. A estrutura tem a tarefa de “coordenar, integrar e articular as
políticas de juventude, além de promover programas de cooperação com organismos
nacionais e internacionais, públicos e privados, voltados para o segmento
juvenil”.
Via - Jornal GGN
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