Henrique Alves pediu demissão a Temer por telefone (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo) |
Por Altamiro Borges
No Blog do Miro
O "ministério de notáveis" do Judas Michel Temer,
tão paparicado pela mídia golpista. é um desastre. Em pouco mais de um mês,
três ministros já foram defenestrados - o que confirma que o "golpe dos
corruptos" obrou um governo de bandidos. Nesta quinta-feira (16), Henrique
Eduardo Alves, um dos "homens de confiança" do presidente interino,
pediu demissão do Ministério do Turismo. Ele é mais uma das vítimas da delação
premiada de Sérgio Machado, o ex-presidente da Transpetro que conhece todas as
falcatruas do PMDB - o partido-ônibus que sempre foi governista.
Segundo o noticiário, o peemedebista potiguar oficializou a
sua demissão em carta na qual afirma que faz "um gesto pessoal em prol do
bem maior" - possivelmente o da salvação do covil golpista de Michel
Temer, o Breve. Na prática, a queda de Henrique Alves já era dada como certa há
vários dias. O político velhaco é figura carimbada em muitos casos de
corrupção. A delação de Sérgio Machado só confirmou o seu histórico de
maracutaias. Nela, o delator garante que repassou ao ministro R$ 1,5 milhão em
propina dos esquemas da Petrobras entre 2008 e 2014.
Michel Temer afunda na lama
Na denúncia já encaminhada ao Supremo Tribunal Federal, o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que parte desta grana
abasteceu a campanha de Henrique Alves ao governo potiguar em 2014, quando ele
foi derrotado. A negociata teria envolvido diretamente o correntista suíço
Eduardo Cunha - seu fiel aliado já afastado da presidência da Câmara Federal -
e o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro. O conluio beneficiou as empreiteiras no
Congresso, tendo como contrapartida as doações ilegais. A PGR já solicitou a
abertura de de inquérito para investigar os três denunciados e a delação de Sérgio
Machado acelerou o processo de decapitação do "homem-forte" de Michel
Temer.
Na carta de despedida, o ex-ministro agradece ao Judas pela
"lealdade, amizade e compromisso de uma longa vida partidária" e
finaliza: "A sua, a minha, a nossa luta continuam". De fato, o
calvário de Michel Temer deve prosseguir nos próximos dias e já há quem afirme
que seu governo será dos mais breves da história. Em curto espaço de tempo, o
"golpe dos corruptos" já foi desmascarado. Antes de Henrique Alves,
outros dois "sinistros" viraram defuntos: Romero Jucá, do
Planejamento, e Fabiano Silveira, da Transparência. Outros sete ministros estão
na lista fúnebre da Lava-Jato. E a pergunta que aflige os assaltantes do
Palácio do Planalto é quando os escândalos atingirão o próprio Michel Temer!
Palavras de desespero do golpista
No vídeo gravado pela PGR, no âmbito do acordo de delação
premiada, Sérgio Machado já incluiu o nome do presidente interino - o que o
torna ainda mais vulnerável. Ele afirmou que manteve reunião, em 2012, com
Michel Temer em "uma salinha" ao lado da sala de embarque de
autoridades da Base Aérea de Brasília. Na ocasião, o então vice-presidente
falou de "dificuldade" na campanha do PMDB em São Paulo e solicitou
ajuda. Segundo seu relato, o encontro durou de 15 a 20 minutos e rendeu frutos.
O ex-presidente da Transpetro garantiu que repassou R$ 1,5 milhão de propina ao
candidato da legenda à prefeitura da capital paulista, Gabriel Chalita.
A bombástica delação, que deverá ser acompanhada de provas -
como o registro do aeroporto e os dados concretos da doação - desnorteou o
assaltante do Palácio do Planalto. Em um pronunciamento sem direito a perguntas
do jornalistas, nesta quinta-feira (16), Michel Temer classificou as denúncias
de Sérgio Machado de "mentirosas" e "criminosas" e concluiu
de forma temerária: "Alguém que teria cometido aquele delito irresponsável
que o cidadão Machado apontou não teria condições de presidir o país". A
declaração desesperada pode ser um ato de sinceridade, fatal para seu governo
usurpador!
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