Neste sábado, em grandes supermercados o quilo do feijão
carioca oscilava entre R$ 8,89 e R$ 12,50. Há mercearias de bairros praticando
preços mais elevados, superior a R$ 13,00.
Parece informação repetida, mas não é. Depois de quase
triplicar em um ano, o preço do feijão, no atacado, deu mais uma disparada na
semana que passou.
Saltou da faixa de R$ 350,00 do começo do mês para R$ 500,00
(preço mínimo), podendo ser encontrado ainda ao máximo de R$ 610,00, como
indica a cotação atualizada pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da
Secretaria de Estado da Agricultura, de sexta-feira. Levando em conta os
extremos, a alta é de 74,28%.
O reflexo deste cenário deve ser uma série de novos aumentos
no varejo, como opinou um representante de supermercado de Paranavaí, neste
sábado. Aliás, os preços estão oscilando, não necessariamente para cima, em
parte por conta da concorrência.
Neste sábado, por exemplo, em grandes supermercados o quilo
do feijão carioca oscilava entre R$ 8,89 (em promoção) e R$ 12,50. Há mercearias de bairros praticando preços mais
elevados, superior a R$ 13,00. Os valores são semelhantes aos encontrados na
semana anterior.
Portanto, os novos aumentos do atacado ainda não chegaram ao
varejo. Uma opção é o feijão preto, mais barato, que podia ser encontrado em
promoção ao preço de R$ 4,28. Mas, uma ressalva: como se trata de promoção,
volta nesta segunda-feira para R$ 4,89.
Em tempos de alta, a saída para o consumidor é buscar outros
grãos, que podem substituir o “indispensável” feijão. Em épocas como está,
cresce o consumo de lentilha e ervilha.
AVALIAÇÃO - O pesquisador do Deral, Ênio Luiz Debarba,
lembra que a oscilação de preço é comum nesta cultura. O feijão consumido na
região Noroeste vem, em sua maioria, de outras regiões do Estado, especialmente
o Sudoeste. Os atacadistas compram nesta regiões produtoras e revendem para os
varejistas.
Profissionais do setor não confirmam, mas, sabe-se que pode
estar havendo uma antecipação na prática do preço de atacado, diante da
perspectiva de menos oferta. Em outras palavras, há uma certa especulação.
ANÁLISE - Consultado pelo DN no dia 07 deste mês, o
engenheiro agrônomo do Deral em Curitiba, Carlos Alberto Salvador, disse que
aumento no preço do feijão é resultado de uma queda de produção, embora sem
redução da área plantada. A queda se deve a períodos de estiagem com
temperatura alta e espaços com excesso de chuva.
Na primeira safra, colhida entre janeiro e fevereiro, a
queda chegou a 14% - equivalentes a 48 mil toneladas. Na segunda safra, cuja
colheita está no fim com 93% já concluída, a queda foi de 21%, o que representa
82 mil toneladas. Portanto, são 130 mil toneladas a menos.
O Paraná responde por 24% da produção nacional, o que
provoca repercussão nacional a partir do cenário paranaense. Estados produtores
como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais igualmente tiveram
problemas em suas produções, dificultando queda de preços no curto prazo.
EVOLUÇÃO DO PREÇO DO FEIJÃO
Em junho de 2015, o Deral apontava preço médio da saca no
Paraná em R$ 106,82. Levando em conta o preço máximo de R$ 350,00, do começo de
junho do ano em curso, a variação superior a 230%. Levando em conta o novo
aumento (para R$ 610,00), majoração superior a 475%.
Via - Diário do Noroeste
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