Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e atual delator
premiado na Lava Jato, disse que participou da captação de recursos escusos
para bancar a eleição do senador Aécio Neves, do PSDB de Minas, quando
deputado, para que conseguisse a presidência da Câmara dos Deputados, em 2001.
Aécio, campeão de referências em delações e candidato
derrotado nas eleições presidenciais de 2014, na chapa com Aloysio Nunes,
também do PSDB, já é investigado em outros dois inquéritos a partir da delação
de Delcídio do Amaral, que foi do PT do Mato Grosso do Sul.
Conforme relatado por Machado, ficou acertado entre ele,
Aécio e Teotônio Vilela Filho, que na época era presidente do PSDB, que
levantariam recursos para ajudar cerca de 50 deputados a se elegerem, para
viabilizar o apoio à eleição de Aécio para a presidência da Câmara. O recurso
foi solicitado à campanha nacional de Fernando Henrique Cardoso, que se
reelegeu em 1998 como presidente do Brasil.
Na época, foram arrecadados R$ 7 milhões, conforme relatado
por Sérgio Machado, em recursos que vieram de empresas e também do exterior. A
familiaridade de Machado com os ilícitos do tucanato é que era do PSDB à época,
só depois se transferindo para o PMDB.
O delator do momento afirmou que parte dos recursos vieram
da campanha do próprio FHC, por intermédio de "Luiz Carlos Mendonça",
mas sem especificar se era o Mendonça de Barros, ex-ministro das Comunicações
do tucano FHC. Disse que Luiz Carlos Mendonça ficou com a responsabilidade de
manejar os recursos depois da morte de Sérgio Motta, que negociava com os
candidatos o apoio financeiro.
"Esses recursos ilícitos foram entregues em várias
parcelas em espécie, por pessoas indicadas por Mendonça; que os recursos foram
entregues aos próprios candidatos ou a seus interlocutores; que a maior parcela
dos cerca de R$ 7 milhões de reais arrecadados à época foi destinada ao então
deputado Aécio Neves, que recebeu R$ 1 milhão em dinheiro", detalhou
Machado.
Machado disse ainda que Aécio recebia os valores
"através de um amigo de Brasília que o ajudava nessa logística", mas
não disse quem.
O delator confirmou outros depoimentos sobre Aécio,
relacionados aos recebimentos de propinas de Furnas e afirmou que parte do
dinheiro para a eleição de Aécio para a Presidência da Câmara veio de Furnas, à
época nas mãos de Dimas Toledo.
"Todos do PSDB sabiam que Furnas prestava grande apoio
ao deputado Aécio Neves via o diretor Dimas Toledo, que era apadrinhado por ele
durante o governo Fernando Henrique Cardoso e Dimas Toledo contribuiu com parte
dos recursos para a eleição da bancada da Câmara à época", disse o
delator.
Aécio nega, disse que nunca recebeu propina de Furnas e
"defendeu as investigações da Lava Jato".
(com informações da Folha)
Via – Jornal GGN
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