Jesuína dos Santos nasceu em 30 de janeiro de 1896, em
Reserva. INSS parou de pagar a aposentadoria por achar que ela já
estava morta.
Dona Jesuína mora com a neta. Aposentada mantém rotina para
viver adequadamente (Foto: Valdir Correia de Moraes/Arquivo pessoal)
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Por Luciane Cordeiro
Do G1 PR
Em uma casa simples no distrito de Porto Espanhol, em Rio
Branco do Ivaí, no norte do Paraná, mora uma preciosidade. A aposentada Jesuína
dos Santos completou 120 anos em janeiro deste ano rodeada por netos, bisnetos
e tataranetos.
A idade avançada fez com que o Instituto Nacional de
Seguridade Social (INSS) cancelasse a aposentadoria por suspeita de fraude. O
benefício só voltou a ser depositado após a família e um amigo levarem dona Jesuína
até uma agência do órgão em Apucarana provando que ela está viva.
Nascida em 30 de janeiro de 1896, Jesuína pode ser a mulher
mais velha do Brasil. O RankBrasil, entidade que registra recordes brasileiros,
não tem informação de outra pessoa mais idosa do que ela. No entanto, para
registrar o recorde precisa ter acesso aos documentos da idosa.
O G1 conseguiu o registro. Conforme a certidão de nascimento
e de casamento, dona Jesuína nasceu às 14h do dia 30 de janeiro de 1896, em
Reserva. O documento foi confeccionado em Grandes Rios, no então distrito Rio
Branco, no dia 5 de abril de 1974.
A longevidade extrema deixou marcas. Jesuína anda com
dificuldades, ouve pouco e precisa tomar remédio para o controle da pressão. Ao
longo do tempo, ela também viu 15 filhos e o marido morrerem. No entanto, é
rodeada por netos, bisnetos e tataranetos que a visitam com frequência.
Certidão de nascimento traz a data e horário de nascimento
de Jesuína dos Santos (Foto: Valdir Correia de Moraes/Arquivo pessoal)
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A neta Daliria Amaral de Siqueira Franco, que cuida de dona
Jesuína há 30 anos, diz que se inspira na avó para ter uma vida saudável e
tranquila. “Ela sempre morou no sítio e sempre foi muito ativa. Além de cuidar
dos filhos, cuidava da lavoura, preparava toda a alimentação da família, e
ainda cuidava da casa. Ela não comia nada em conserva, tudo era natural,
cultivado e produzido no sítio”, constata. “Até hoje ela não gosta de produtos
prontos, tem que ser tudo natural”, acrescenta.
A rotina de alimentação e remédios é organizada pela neta e
por uma cuidadora. Dona Jesuína toma café da manhã, às 10h come um mingau com
ovo, ao meio-dia almoça, ao longo da tarde come frutas e por volta das 18h é
servido o jantar. A idosa dorme sempre às 20h.
“A primeira vez que ela foi ao médico foi aos 100 anos, fez
todos os exames necessários e nunca teve nada. Até o início deste ano ela
andava com mais frequência, era mais independente. Mas, nos últimos meses ela
piorou um pouquinho, está mais debilitada”, diz a neta.
O médico geriatra Marcos Cabrera explica que a viver até os
120 anos é uma oportunidade para poucos, pois considera o limite máximo de
vida. “O ser humano vive bem até os 85 anos, depois dessa idade é uma união de
fatores que faz com que a pessoa tenha uma vida boa. No caso dessa senhora, a
questão genética e o comportamento favoreceram”, detalha.
Mais velhos pelo mundo
Se a família comprovar a idade perante um órgão oficial de
recordes, Jesuína tem chances de ser considerada a mulher mais velha do mundo.
Já que em maio deste ano, uma americana, de 116 anos, que era considerada a
mulher mais velha do mundo, morreu em Nova York.
O recorde provisório é do francês Jeanne Calment, que morreu
em agosto de 1997 com 122 anos.
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