Movimento Brasil Livre, conhecido grupo pró-impeachment de
Dilma Rousseff, sai em defesa de Jair Bolsonaro e diz que decisão sobre
apologia ao estupro foi “injusta”. Deputado se tornou réu em duas ações no STF.
O Movimento Brasil Livre (MBL), conhecido grupo
pró-impeachment da presidente Dilma, usou redes sociais para sair em defesa do
deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que ontem se tornou réu em duas ações penais
no Supremo Tribunal Federal (STF) por injúria e apologia ao crime de estupro.
A página do grupo no Facebook publicou um post dizendo que
Bolsonaro “é vítima de fascismo censório em ação no STF”.
“Hoje o STF tornou Bolsonaro réu no processo mais absurdo,
ilegítimo e irracional do ano. Uma bizarrice imperdoável. Que vergonha para um
país que se diz civilizado ver uma Corte Suprema se rebaixar tanto”, diz a
publicação na página do MBL.
De acordo com o coordenador do movimento, o estudante Kim
Kataguiri, o MBL não compartilha dos mesmos posicionamentos ideológicos do
deputado, conhecido pelo conservadorismo em relação a questões relacionadas aos
direitos humanos e pela defesa apaixonada da ditadura militar. No entanto, o
grupo acredita que o parlamentar foi injustiçado sob o aspecto processual.
Para Kataguiri, o STF deveria se debruçar sobre outras
questões consideradas mais importantes, como o caso emblemático do senador
Renan Calheiros (PMDB-AL), que é alvo de 12 inquéritos na corte, dos quais nove
referentes à Operação Lava Jato. “Existem questões muito mais relevantes do que
uma boçalidade dita por um parlamentar que hoje, apesar de ter uma quantidade
significativa de seguidores, politicamente falando não faz nada”, afirmou o
estudante.
Questionado se o julgamento do STF não se insere nas atuais
discussões sobre a cultura de estupro, Kataguiri avalia que não cabe ao
Judiciário “atender anseios populares”.
Reincidência
Bolsonaro tem histórico de envolvimento em polêmicas devido
a declarações públicas – motivo que resulta em diversos processos por quebra de
decoro parlamentar no Congresso, com desdobramentos na Justiça. No caso em
questão, referente a 2011, o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), que é homossexual
assumido, ajuizou ação no Conselho de Ética da Câmara por declarações
consideradas homofóbicas.
Mas a situação do deputado teve outro destino no Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que o condenou ao pagamento de indenização
de R$ 150 mil, por danos morais, ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD,
que garante reparação a direitos coletivos), do Ministério da Justiça. A ação
judicial foi resultado, entre outras questões, de declarações do parlamentar
sobre homossexuais feitas em março de 2011 e veiculadas no programa CQC, da TV
Bandeirantes.
Informações de Congresso em Foco
No Pragmatismo Político
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