Em que pese a mídia esconder, milhares foram às ruas para
demonstrar sua indignação com o que vem ocorrendo e para defender os direitos e
conquistas ameaçados.
O povo brasileiro vem expressando nas ruas sua indignação
contra o golpe que cassou o mandato da legítima presidenta do Brasil, Dilma
Rousseff. Não aceitamos o presidente biônico Michel Temer e queremos decidir em
eleições diretas quem deve governar o nosso país.
Por isso, em que pese a mídia tradicional ter tentado
esconder a manifestação contra o golpe e pela democracia realizada no domingo,
4 de setembro, em várias cidades brasileiras, milhares foram às ruas para
demonstrar sua indignação com o que vem ocorrendo e para defender os direitos e
conquistas ameaçados.
Em São Paulo, 100 mil pessoas percorreram de forma pacífica
um longo percurso desde a avenida Paulista, passando pela avenida Rebouças e
chegando ao Largo da Batata, em Pinheiros. Ali, quando já se dispersavam,
manifestantes foram violentamente atacados pela tropa de choque da Polícia
Militar comandada pelo governador Geraldo Alckmin.
A justificativa utilizada pela PM, de que teria havido um
princípio de tumulto na estação Faria Lima do Metrô, não explica tamanha
selvageria na repressão (inclusive com arremesso de bombas dentro da estação,
onde havia idosos e crianças, bem como em bares da região). Cabe às forças de
segurança isolar e controlar eventuais ações de provocadores, sem colocar em
risco centenas de outras pessoas que não participam de tais ações. Ao agir da
forma como agiu a PM demonstra incompetência e despreparo para lidar com esse
tipo de situação ou, como é mais provável, tem ordens superiores para semear a
insegurança entre os manifestantes.
A Constituição Federal assegura o direito à livre
manifestação. O movimento social, bem como o movimento sindical, e a Apeoesp
faz parte desta tradição, manifesta-se pacificamente nas ruas por suas pautas
de reivindicações e continuará a fazê-lo.
A democracia vem sendo pisoteada no nosso País com o
objetivo de tentar nos impedir de lutar contra a unificação da idade mínima
para aposentadoria de homens e mulheres, do setor público e privado, em 65
anos; contra o fim da aposentadoria especial de professores e outras profissões
penosas e de risco; contra o aumento da alíquota de contribuição previdenciária
dos servidores de 11% para 14%; contra o fim do piso salarial profissional
nacional do magistério; contra a redução das verbas para a educação, saúde e
demais áreas sociais; e contra tantos outros ataques que vêm sendo realizados
pelo governo biônico de Michel Temer. Além de tudo, lutamos por reajuste
salarial que reponha nossas perdas do último período.
Não nos intimidamos. Não aceitamos a política de reajuste
zero do governo de São Paulo. No dia 22 de setembro os professores estarão na
avenida Paulista para realizar uma grande assembleia estadual. No dia 26/8
fomos 30 mil; no dia 22/9 seremos muitos mais!
*Maria Izabel Azevedo Noronha é presidenta do Sindicato dos
Professores no Ensino do Estado de São Paulo (Apeoesp)
Via – Portal Vermelho
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