Em comunicado difundido desde Havana na última quinta-feira
(5), o Secretariado nacional das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia –
Exército do Povo (Farc-EP), organização insurgente que acaba de assinar um
acordo de paz com o governo nacional do seu país e se prepara para desenvolver
atuação política legal, desmente as acusações de que mantêm vínculos com
organizações criminosas brasileiras. Leia a íntegra.
“Diversos meios de comunicação do Brasil e agências
internacionais de imprensa têm vindo a difundir profusamente um suposto informe
do Ministério Público de Manaus, capital do estado do Amazonas, publicado em
2014, que trata de vincular as Farc-EP com organizações mafiosas vinculadas ao
narcotráfico.
Baseados nessa mentira, pretendem agora responsabilizar
nossa organização guerrilheira pelo espantoso massacre de 56 pessoas, ocorrido
entre os dias 1 e 2 de janeiro no complexo carcerário Anísio Jobim, da cidade
de Manaus.
Deve ser grande a ignorância ou enorme a má fé do
correspondente da Agência de Notícias EFE, em Manaus, que sem checar fontes, se
atreve a insinuar responsabilidade das Farc-EP em fatos que rechaçamos e
condenamos porque ferem a consciência dos povos civilizados do mundo.
Não é demais recordar que desde 2012 iniciamos diálogos públicos
com o Governo colombiano, em busca de uma solução política ao conflito social e
armado de que nosso país padece desde há mais de 60 anos, os quais se
concluíram positivamente com a assinatura do Acordo Final de Paz, em novembro
de 2016. Agora entramos na etapa de implementação do que foi pactado.
São as autoridades do povo irmão do Brasil que devem
investigar as causas do ocorrido, sobre quem são os responsáveis, e que devem
tomar as medidas necessárias para impedir a repetição destes lamentáveis fatos.
A esse mesmo povo do Brasil, aos familiares e amigos dos falecidos no massacre,
nossa solidariedade e voz de alento na exigência de que se conheça toda a
verdade.
O Secretariado Nacional das Farc-EP
Fonte: Farc-EP
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