Dívidas do município ultrapassam os R$ 5,5 milhões, decreto
de calamidade financeira tem duração de 120 dias.
Prefeito Zé do Peixe: O valor da dívida pode subir ainda
mais com o levantamento que estamos fazendo
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Com dívidas herdadas que ultrapassam os R$ 5,5 milhões, o
prefeito de Marilena, José Aparecido da Silva (Zé do Peixe) decretou ontem
estado de calamidade financeira nos cofres do município.
“Esse valor deve subir ainda mais com o levantamento que
estamos fazendo, só para se ter uma ideia descobrimos nos últimos dias uma
dívida de R$ 820 mil em notas estornadas que desapareceram”, disse o gestor.
De acordo com Zé do Peixe as irregularidades
encontradas são inúmeras, entre elas a
falta de pagamento dos fornecedores e prestadores de serviços que ultrapassam a
casa dos R$ 5,5 milhões. Somente de dívidas com notas que não foram empenhadas
e consequentemente não pagas a prefeitura deve mais de R$ 1 milhão. Já a dívida
flutuante, que são as de curto prazo com notas empenhadas e não pagas o valor
ultrapassa R$ 1,7 milhões. “Todos os dias aparecem novos fornecedores e
prestadores de serviços cobrando por seus trabalhos”, disse o gestor que deve
entregar toda a documentação com indícios de fraudes ao Ministério Público.
“Mandamos cancelar mais de R$ 108 mil em cheques sem fundo emitidos nos últimos
dias de dezembro”.
O gestor disse ainda ter herdado a folha de pagamento do mês
de dezembro no valor de R$ 1,1 milhão. “Deixaram a folha, mas sem dinheiro
empenhado em caixa para o pagamento”, disse o gestor que exonerou 14 cargos
comissionados no início do mês.
Zé do Peixe relatou que o limite com a folha em dezembro
ultrapassou os 60% da arrecadação, o que é vedado por Lei, o limite máximo
permitido é de 54%. “Estamos tomando algumas medidas de contenção de despesas
para diminuir o índice de gastos, só assim não teremos problemas com a
liberação de certidões e envio de recursos para o município”.
Com o decreto de ontem o município tem 120 dias para apurar
as contas, renegociar contratos e realizar serviços vitais na cidade. Também
durante esse prazo fica vedada a concessão de férias, licenças prêmios e horas
extras que impliquem em novas despesas para os cofres municipais.
Zé do Peixe relatou ainda que o município está fazendo
boletins de ocorrências policiais para apurar o desaparecimento de pneus,
baterias e peças da frota. “Só estou com duas máquinas trabalhando, o restante
está tudo parado, os próprios servidores estão tentando arrumar algumas”,
finalizou o gestor que na próxima semana deve estar em Curitiba na busca de
recursos para cidade.
Via - Diário do Noroeste
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