Levantamento feito pela Tendências Consultoria com base na
Pnad e em dados da Receita Federal - divulgados até 2015 e projeções para 2016
- prova que golpe parlamentar produziu efeitos perversos, especialmente entre a
população mais pobre.
Segundo o estudo, divulgado pelo jornal Valor nesta
segunda-feira, 30, as classes D e E ganharam 4,3 milhões de famílias nos
últimos dois anos e voltaram a representar 56,5% do total de domicílios do
país, nível próximo do registrado em 2011, 57,4%.
Nestes dois anos de 2015, quando a aliança entre o senador
Aécio Neves (PSDB) e o então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB)
apostaram na política do "quanto pior, melhor", e de 2016, quando o
produto desta irresponsabilidade foi a ascensão de Michel Temer à presidência,
a classe C perdeu 670 mil integrantes, a B, 1,2 milhão - o saldo mais negativo
em termos absolutos - e a A, 475 mil, retração de 17,7% sobre 2014, a maior em
termos percentuais.
O economista Adriano Pitoli, autor da análise, diz que a
mobilidade social só será retomada a partir de 2018, e em ritmo mais lento do
que o observado até 2013. Com a mudança da dinâmica econômica, menos atrelada
ao consumo daqui para frente, ele diz, a classe C, por exemplo, deve ter
evoluções modestas nos próximos dez anos.
O avanço no grupo de menor rendimento, afirma Renato
Meirelles, do Instituto Locomotiva, acompanha a alta do desemprego no país e
revela a face mais negativa da atual recessão. "Foi quem perdeu o emprego
e hoje faz muito bico, trabalho provisório".
Fonte: Brasil 247
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