Madri, 2 ago - O
ex-ministro de Finanças grego Yanis Varoufakis advertiu hoje que Espanha corre
o perigo de se converter em outra Grécia se seguir repetindo os mesmos erros.
Os espanhóis devem olhar sua situação e valorizar que
precisam, independentemente do que passe em qualquer lugar: O perigo de
converter-se em Grécia segue aí e se fará real se seguem repetindo os mesmos
erros, expressou Varoufakis em entrevista com o diário El País.
O político grego alertou ao respeito que o país heleno se
utiliza como uma espécie de partida de futebol para os políticos de direita,
que fazem questão de assustar com Grécia à população de outras nações.
Segundo seu critério, castigar o orgulho de uma nação para
atemorizar a outros não é a ideia da Europa pela que lutaram os políticos
Felipe González, da Espanha; Valéry Giscard d'Estaing, da França ou Helmut
Schmidt na Alemanha.
Em relação ao ocorrido, o ex-ministro grego que renunciou a
seu cargo depois do acordo de Atenas com a Comissão Europeia, afirma que apesar
de ser considerado uma falha esse processo abriu um debate não só sobre Grécia,
mas sobre a Europa, que vale seu peso em ouro.
O governo grego -apontou- foi eleito para negociar duro, com
argumentos inaceitáveis para a eurozona; o mandato era claro: conseguir um
pacto com Europa com a ideia de dizer aos sócios que não podiam seguir afogando
a Grécia dessa forma desumana.
Os gregos lançamo-nos com uma força imparável contra um
Eurogrupo com uma lógica inabalável e irracional; o resultado tem sido um
montão de ruído e, espero, também algo de luz, sublinhou Varoufakis.
Ao mesmo tempo considerou que o terceiro resgate a Grécia
está desenhado para fracassar pois o ministro alemão Wolfgang SchÃñuble nunca
esteve interessado em pactuar algo funcional mas em redesenhar a eurozona e
jogar a Grécia dela.
Em sua opinião a saída da Grécia se utilizará para criar o
medo e impor as posições da troika (Comissão Europeia, Fundo Monetário
Internacional e Banco central Europeu) em todas partes, incluindo Madri e Roma,
mas especialmente em Paris.
Segundo o critério de Varoufakis, na Grécia ocorreu um golpe
de Estado mediante a asfixia do país através de restrições de liquidez. O
resultado -apontou- é o mesmo que ter derrocado a um governo ou lhe ter forçado
a se derrocar a si mesmo.
Via - Prensa Latina
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