"As cores e as formas dos veículos modernos contribuem
para mascará-los no meio ambiente, dificultando a sua visualização a uma
distância efetivamente segura para qualquer ação preventiva, mesmo em condições
de boa luminosidade", diz resolução do Contran.
Até então, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) apenas
recomendava, desde 1998, que as luzes baixas do carro fossem acesas na estrada,
independentemente da condição de luminosidade.
"As cores e as formas dos veículos modernos contribuem
para mascará-los no meio ambiente, dificultando a sua visualização a uma
distância efetivamente segura para qualquer ação preventiva, mesmo em condições
de boa luminosidade", diz resolução do órgão. "O sistema de
iluminação é elemento integrante da segurança ativa dos veículos".
Para Paulo César Marques, especialista em transportes da
Universidade de Brasília, a medida traz mais segurança, mas não é determinante.
"Países que adotam essa medida têm latitudes mais altas
e incidência solar mais baixa, faz todo o sentido. No Brasil, a maior parte do
território não tem problema de baixa luminosidade. Mas no fim das contas é
positivo, não faz mal, sobretudo no começo da manhã ou no final da tarde",
diz ele.
Opinião parecida tem David Lima, especialista em saúde
pública e segurança no trânsito pela mesma instituição. Ele alerta para o fato
de ser comum rodovias passarem pelo perímetro urbano, o que pode gerar
confusão.
"Em grande parte dos lugares, a cidade cresceu em torno
da rodovia e motoristas de fora podem não saber que trafegam por uma BR. Ele
precisa estar informado o tempo todo disso."
Para Marques, a lei é um instrumento punitivo e é preciso
fazer trabalhos de educação no trânsito. "Uma coisa que fazemos pouco é
incentivar bons hábitos. É sempre mais fácil impor uma lei, como se ela
bastasse. Por isso muitas leis não são cumpridas", diz.
O Brasil apresenta uma taxa de 23,4 mortes no trânsito para
cada 100 mil habitantes, segundo estimativas da OMS (Organização Mundial de
Saúde). O país tem um dos piores desempenhos no continente americano: a taxa na
Bolívia é de 23,2 mortes, 20,7 no Paraguai e 13,6 na Argentina.
Via – Diário do Noroeste
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