Algumas figuras públicas sabem muito sobre o lugar onde vivem e tais pessoas são documentos vivos da história de sua cidade e fonte indispensável para uma pesquisa de campo sobre o local onde moramos, em Nova Londrina, entre outros, podemos destacar Agostinho Pedro Arraes, por trás do cidadão comum de boa prosa, que conhece a história e personagens famosos e anônimos de Nova Londrina, descobre-se que ele é exímio praticante de arte marcial, o veterano judoca é Sensei em judô e professor proprietário da Academia de Judô Os dragões Independentes de Nova Londrina, uma escola que para frustração de Agostinho encontra-se fechada, porém, uma academia que formou campeões estaduais nesta categoria de luta, o professor Agostinho exerceu a arte do judô por 42 anos.
Sentar-se para um café com Agostinho Arraes é aconselhável disponibilizar no mínimo duas horas do seu
tempo, mas, não pense em uma conversa enfadonha, muito pelo contrário, é prosa
boa que a gente não vê o tempo passar, um leque eclético sobre todos os
assuntos, conversa regada por muitas risadas e emoções revividas na memória
deste cearense que acompanhou os pais retirantes nordestinos e lá no ano de
1957 adotou Nova Londrina como terra mãe.
São 59 anos de Nova Londrina, 71
anos de idade, 42 deles dedicados ao judô, Agostinho Arraes conhece e viveu os
últimos 59 anos de nossa história e com lucidez de menino é capaz de narrar com
riqueza de detalhes os incontáveis momentos que passou Nova Londrina. Entre
tantos anos aqui vividos, ele foi vendedor de pão e relembra com gratidão do
senhor José Campos o primeiro padeiro da cidade e consequentemente seu primeiro patrão.
Descobre-se também que o eclético
judoca foi pioneiro na história do rádio nova londrinense sendo sonoplasta da
primeira emissora que se tem notícia por aqui, tal emissora era propriedade dos
hoje saudosos locutores Getulio de Oliveira e compadre Moraes.
Mas foi com a arte marcial que Agostinho Arraes saiu do anonimato, o hoje veterano judoca conta emocionado
que conheceu o judô aos nove anos de idade, quando foi aluno de um rigoroso
professor japonês no interior paulista, nascia das mãos do japonês sisudo um
campeão criador de campeões.
O professor de sorriso fácil e
simplicidade amigável deixa explícita sua paixão pelo judô e entre tanto
orgulho por plantar a semente saudável desta arte marcial, lamenta apenas a
falta de incentivo das autoridades políticas e do empresariado local, sempre
alheios e ausentes no incentivo para as culturas desta natureza na cidade.
Mesmo assim, o professor Agostinho tem importante parcela de contribuição no desenvolvimento esportivo do
município e com seu esforço e paixão pela causa ele construiu em 1983 a
Academia os Dragões Independentes, com determinação e um histórico de vitórias
ele entra para o rol dos pioneiros que a história oficial do município por
descaso não faz questão de mencionar, mas, que certamente merece o
reconhecimento das pessoas de bom senso e porque não um título de cidadão
honorário do município, uma vez que ensinou algo saudável a crianças e jovens enquanto
o mundo ensina tantas mazelas.
Fica registrado nosso
reconhecimento ao esforço do professor Agostinho Arraes e que todos tenham o
privilégio de conversar com este documento vivo da história de Nova Londrina, uma
fonte de conhecimento onde podemos nos inteirar dos últimos sessenta anos da
cidade, aos apaixonados pelo judô, é aconselhável visitá-lo e conhecer as
dependências da Escola Os Dragões Independentes, uma academia que contribuiu
para a história do judô não só na cidade, mas também no estado. Agostinho Arraes é uma lenda viva em Nova Londrina.
Pela reportagem Mateus, são histórias assim que precisamos.
ResponderExcluirAs homenagens devem ser feitas em vida para o reconhecimento público.
Meu Grande Sensei Agostinho Pedro Arraes!! Me fez amar este esporte e foi na Dragões Independentes que faturei meus primeiros dois títulos estaduais em 1995, nas categorias pré-juvenil e juvenil b. Saudosismo Puro!! Para mim, ele sempre foi e será um cidadão honorário de NL. Ele não precisa de Políticos pra isso
ResponderExcluir... Continuando. Na época, ao ouvir os fatos de que ele ia de Nova Lodrina até Paranavaí, duas vezes por semana, com o fim de, praticando o Judô, conseguir receber a faixa preta, fiquei impressionado (a despeito de minha pouca idade) com tamanho esforço e tamanha dedicação! Nunca me esqueci do "Agustinho" (era assim que ele era denominado) e, alguns anos atrás, conversando com um colega de faculdade do meu filho, soube que ele continuava em N. Londrina... Nesses anos todos, sempre pensei em ir encontrá-lo, para conversar com essa pessoa que (segundo me lembrava) era altamente simples, extroverdida e simpática e, também, para saber fatos de sua vida depois daquela época. Consegui por isso em prática somente no último final de semana. Para resumir, esse encontro foi ótimo em todos os sentidos e, conforme o texto, ficam os elogios para essa figura humana diferenciada e, ao mesmo tempo, a crítica para o descaso, a insensibilidade e a ingratidão desses "parasitas do dinheiro público" que são os "políticos" deste País!!!
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