A operação da Polícia Federal para combater o contrabando de
cigarros do Paraguai prendeu nesta terça-feira (12) um médico e um advogado
suspeitos de liderarem o esquema criminoso. Além deles, outros nove suspeitos
foram detidos. As investigações, que iniciaram em 2012, apontam que o grupo
chegou a movimentar R$ 1,8 milhão por dia em cigarros contrabandeados. A
operação denominada de "Pleura" ocorre no Paraná, São Paulo e Mato
Grosso do Sul.
Segundo a PF, o médico atuava em dois hospitais públicos das
cidades de Santa Isabel do Ivaí e Santa Cruz de Monte Castelo. O suspeito chegou a abandonar alguns plantões nas duas unidades para
coordenar o contrabando de mercadorias.
"Detectamos que ele deixou alguns plantões em dois
hospitais públicos e foi até os portos onde as embarcações atracavam para dar
apoio e coordenar o transporte dos cigarros contrabandeados", detalha o
delegado da Polícia Federal, Alexander Boeing Noronha Dias.
A Operação "Pleura" cumpre 21 mandados de prisão
preventiva e 17 de busca e apreensão em três estados. Os mandados estão sendo
cumpridos em Loanda, Querência do Norte e Capanema, no Paraná; em São Paulo, na
cidade de Tupã; e em Mato Grosso do Sul, no município de Naviraí. Seis dos 21
alvos de prisão são contra fornecedores que estão no Paraguai, segundo a
PF. Eles serão incluídos na lista de
procurados da Interpol.
Até as 11h55, onze pessoas tinha sido presas, entre elas o
médico e o advogado, que são irmãos.
"Eles já atuavam há algum tempo com o contrabando. Na
casa do médico encontramos anotações com toda a contabilidade da quadrilha, o
que deixou claro a atuação deles. Já na casa do advogado encontramos uma grande
quantidade de munição", pontua o delegado da PF.
Ao longo das investigações a Polícia Federal descobriu que o
grupo movimentava cerca de R$ 1,8 milhão por dia em cigarros contrabandos do
Paraguai.
Diariamente, 2.500 caixas da mercadoria eram carregadas em
barcos, transportadas pelos rios Paraná ou Ivaí, e descarregadas em portos
clandestinos de Querência do Norte. De lá, a mercadoria era levada por veículos
pequenos até propriedades rurais da região, de onde eram distribuídas em
caminhões com destino a São Paulo e cidades do interior paulista.
A Polícia Federal estima que o grupo sonegava R$ 4 milhões
em tributos diariamente. Por ano, a sonegação ultrapassava R$ 1,5 bilhão.
"Com o reforço da fiscalização em Guaíra, a quadrilha
passou a utilizar uma nova rota para contrabandear os cigarros. Como a região
de Querência do Norte não tem um policiamento ostensivo, o grupo se sentia a
vontade para atuar. Mas, após algumas apreensões de caminhões, os motoristas
presos relataram que os produtos foram carregados em Querência do Norte.
Tivemos vários relatos, o que nos fez investigar aquela região", explica o
delegado Alexander Boeing Noronha Dias.
O esquema criminoso gerou a criação de uma extensa rede de
olheiros, carregadores e batedores que utilizavam armas e lanchas de apoio para
viabilizar a atividade em diversas cidades, segundo as investigações.
Informações: G1.com
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