O jogo ficou mais pesado, concorda a líder do PT no Senado,
senadora Gleisi Hoffmann, tanto na ofensiva da Lava Jato contra Lula e Dilma
como na marcha do governo Temer para impor sua agenda conservadora e aprovar as
reformas a toque de caixa, enquanto distribui favores bilionários a bancos e
empresas. Na reunião de hoje da bancada petista Gleisi colocará em pauta o
desafio da oposição de denunciar o recrudescimento do golpe e ao mesmo tempo
ampliar as formas de resistência e luta.
Por Tereza Cruvinel
Esta semana, no Senado, o governo tentará liquidar com os
prazos de tramitação da reforma trabalhista para aprová-la a toque de caixa,
embora o regime de urgência não tenha sido aprovado. “Enquanto prepara a
aprovação das reformas a toque de caixa, o governo distribui bilhões a bancos e
empresas. Os brasileiros precisam saber disso. Precisamos elevar a nossa voz”,
diz ela enumerando as bondades de Temer, o Hobin Hood às avessas, que nas
últimas semanas fez agrados bilionários à plutocracia nacional.
- Este governo cruel com os pobres acaba de perdoar débitos
tributários do Banco Itaú que chegam a R$ 25 bilhões. A MP 766, com o novo
Refis, deu a grandes empresários um perdão de dívidas que passará dos R$ 8
bilhões, e entre estes devedores muitos são parlamentares. Aprovamos também a
MP das concessões, que permite a prorrogação dos contratos de concessão de
grandes empresas sem realizar novas licitações. Isso também vale bilhões.
Agora, o governo está anunciando uma anistia de R$ 10 bilhões aos produtores
rurais que devem ao Funrural, para garantir votos da bancada ruralista à
reforma trabalhista. Depois desta transfusão de recursos públicos para os mais
ricos, o governo quer aprovar, sem debate, sem negociação, na base do
compressor, esta reforma que retira direitos e instaura a insegurança no
trabalho – diz Gleisi.
Segundo a senadora, o governo tentará esta semana realizar
as audiências públicas previstas para as comissões de Assuntos Econômicos, CCJ
e Assuntos Sociais, criando condições para votar o texto na semana que vem. O
relator na CAE é o senador Ricardo Ferraço. Na CCJ é o campeão nacional de
relatorias e eterno líder de todos os governos Romero Jucá. A dissidência de
Renan Calheiros parece ter sido neutralizada pelo governo com afagos aos
peemedebista. Enquanto isso, na Câmara, o terreno vai sendo aplainado, com
favores e afagos, para a votação da reforma previdenciária no plenário.
- Precisamos avaliar a conjuntura com realismo e clareza. Há
mesmo um recrudescimento na frente judicial, onde já basta o esforço para
criminalizar o presidente Lula. Eles agora querem também desconstruir a imagem
da presidente Dilma, porque não suportam que ela permaneça em cena denunciando
o golpe. E há esta marcha batida na frente parlamentar para aprovar as reformas
que a população rejeita – diz Gleisi.
Mas, realisticamente, ela acrescenta, a resistência também
tem se ampliado.
- Tivemos a marcha das mulheres contra as reformas, os
protestos de 15 de março, a greve de 28 de abril e a grande manifestação de
Curitiba em apoio ao presidente Lula. A conjuntura está exigindo que falemos
mais alto. Não podemos ser mansos, não podemos baixar a guarda. Temos buscar
mais unidade na sociedade civil e entre as forças de oposição pois outra coisa
também é certa: os brasileiros compreendem e rejeitam cada vez mais o programa
do golpe – diz a senadora.
Via – Blog do Miro
Nenhum comentário:
Postar um comentário