Milhares de pessoas se reuniram na tarde deste sábado (6) na
Avenida Paulista, região central de São Paulo, durante a Marcha da Maconha. Os
ativistas saíram às ruas pelo fim da guerra às drogas e em defesa da
legalização.
Marcha da Maconha se organizou em blocos temáticos,
concentração ocorreu no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp).
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O ato – que ocorre desde 2008 – este ano teve como lema
“Quebrar correntes, plantar sementes”. O coletivo da Marcha da Maconha de São
Paulo reivindicou “o direito ao plantio da maconha – e da liberdade – no lugar
das correntes que seguem nos aprisionando. Nossa luta hoje é pela legalização
da produção, distribuição e uso da planta no Brasil para seus mais variados
fins. Mas não só! É também pelo fim de guerra às drogas em todo o globo
terrestre!”, informa o coletivo em sua página numa rede social.
A Marcha da Maconha se organizou em blocos temáticos. A
ativista do Coletivo DAR – Desentorpecendo a Razão, Gabriela Moncao, disse que
os blocos visam qualificar o debate do fim da guerra às drogas. “A gente acha
importante a legalização, acreditamos que todo mundo é afetado pela política
proibicionista de drogas por várias formas e a marcha tenta trazer para a
população os nossos argumentos pelo fim da guerra às drogas” afirmou.
O representante da Associação Cultural Cannabica de São
Paulo (ACuCa), Rodrigo Martins, disse que a marcha chama a atenção para a
liberdade de escolha. “Com a marcha, a gente reivindica nosso direito de usar
nossos corpos da maneira que a gente quiser. Esperamos conseguir a tão almejada
legalização da maconha e a descriminalização das outras drogas também”. Para
ele, a marcha serve ainda desmitificar preconceitos. “A marcha é para chamar
atenção também da população para o descaso que é feito com todos os tipos de
usuários, mas principalmente os negros, pobres e periféricos, que são os que mais
sofrem com a guerra às drogas”.
A concentração ocorreu no vão livre do Museu de Arte de São
Paulo (Masp). Por volta das 16h30, o grupo iniciou uma passeata pela Avenida
Paulista, no sentido Brigadeiro, indo pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio e
seguiu em direção à Praça da Sé. Durante a caminhada, o trânsito foi bloqueado
ao longo do trajeto em um sentido da via.
Bloco Medicinal defende uso controlado
Na comissão de frente da Marcha estava o Bloco Medicinal,
que defende o uso controlado da maconha como remédio. O abastecedor de
aeronaves Gabriel Alcides Castelo de Oliveira esteve pela primeira vez na
marcha. O filho dele, de 6 anos, tem microcefalia, paralisia cerebral e
epilepsia e faz uso de maconha medicinal há três anos.
Ele ainda importa a substância extraída da planta para fazer
o uso e luta pela liberação no Brasil. “Meu filho teve ganhos muito bons em
qualidade de vida, ele começou a ir para a escola e a epilepsia está controlada
devido ao uso medicinal da maconha”. Ele e a família participaram da marcha e
esperam que o uso medicinal seja autorizado. "A gente espera que cada vez
mais famílias e vidas sejam resgatadas através da maconha de uso medicinal,
estamos aqui para espalhar a informação", acrescenta.
O projeto Respire, que trabalha em contexto de festas com
pessoas que usam drogas, também esteve na marcha. O coordenador do projeto,
Gabriel Pedrosa, explica que o grupo trabalha com informações e estratégias de
cuidados e redução de danos no uso das drogas. “A gente entende que a maior redução
de danos é a informação, a pessoa bem informada vai ter uma capacidade de tomar
uma decisão com maior conhecimento”.
Fonte: RBA
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