Sem espetáculo midiático, sem sistema especial de segurança
ou mesmo vazamento na imprensa, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi interrogado
na manhã desta terça-feira (2), na Polícia Federal, em Brasília, na condição de
investigado em um inquérito que apura irregularidades em Furnas, estatal do
setor elétrico. O interrogatório durou cerca de uma hora.
A imprensa tratou do caso como se deve, mas muito distante
do tratamento que dispensa a outras lideranças políticas. O Judiciário, e ai
inclui-se o Ministério Público e a Polícia Federal, atuaram de maneira a
respeitar o rito processual, sem qualquer alarde, entrevista coletiva ou
esquema desproporcional de segurança.
Segundo o advogado Alberto Zacharias Toron, que defende
Aécio no caso, seu cliente respondeu a todas as perguntas feitas pelo delegado
da PF e "fez questão absoluta de esclarecer tudo".
"A ênfase que se deu é que toda a suspeita que se
lançou sobre ele veio por informações 'por ouvir dizer'. Ele refutou tudo que
foi dito", afirmou Toron em entrevista ao Estadão. A ênfase de Aécio de
que as suspeitas lançadas contra ele são resultado de depoimentos baseados no
"ouvi dizer" é a base da maior parte dos depoimentos de delatores da
Operação Lava Jato, que deram origem ao processo contra Aécio.
Aécio responde a sete inquéritos abertos contra ele pelo
Supremo Tribunal Federal (STF). Neste em que foi depor, Aécio é suspeito de
receber propina do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, em um esquema de desvio
de recursos na estatal do setor elétrico.
O interrogatório estava marcado originalmente para a semana
passada, mas foi adiado depois de o ministro Gilmar Mendes, relator deste
inquérito no STF, atendeu a um pedido da defesa e garantiu acesso aos termos de
depoimentos prestados por testemunhas de acusação, o que havia sido negado pela
Polícia Federal.
Do Portal Vermelho, com informações do Estadão.
Via – Portal Vermelho.
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