No Jornal GGN
A deputada federal pelo PSOL e ex-prefeita de São Paulo,
Luiza Erundina, participou nesta segunda-feira (16), de um debate sobre a
criminalização da política e o golpe no Brasil. Ao lado do professor do
Departamento de Relações Internacionais da PUC Reginaldo Nasser, Erundina falou
sobre o Estado Policial de Alckmin, sobre a intolerância política e a atuação
da mídia como partido político.
"Eu vim, sobretudo, estabelecer uma aliança com vocês
dessa luta. Uma aliança que inclui as propostas de se encontrar mecanismos de
enfrentamento, diante de um estado policial, que é o que está ocorrendo hoje,
temos um Estado policial e o Estado Alckmin, que operam através da força bruta,
da polícia, do medo, da repressão, das restrições à liberdade de organização e
de manifestação. Associado a isso, uma mídia partido", disse a deputada.
O evento foi realizado pelo movimento Conexões em Luta, que
mediou o debate. "Na atual conjuntura brasileira, estamos presenciando um
processo de golpe institucional que tem trazido à tona diversas consequências
terríveis: o levante de movimentos organizados de caráter fascista, agressões
gratuitas em praça pública contra seguidores de ideologias de esquerda, ódio
social contra aqueles historicamente oprimidos e forte repressão
policial", disse a organização, sobre a necessidade de discutir o tema e
encontrar saídas.
Para o grupo, além de que o avanço das pautas conservadoras
seja algo novo, desde a redemocratização do Brasil, "a verdade é que não
estamos isolados no mundo – o que pode ser constatado pelo preocupante
crescimento das forças de extrema-direita tanto na Europa quanto nos Estados
Unidos".
Erundina alertou para o poder de influência dos grandes
jornais, que estão concentrados nas mãos de famílias brasileiras. "A mídia
brasileira é um partido com muito poder, mais poder do que qualquer outro
partido e do que os próprios Poderes da República", apontou.
"Porque eles têm o poder da informação, das ideias, dos
conceitos, do que interessa à determinados segmentos e grupos da sociedade. O
próprio sistema da mídia no Brasil é um sistema concentrado, um monopólio, e os
cidadãos brasileiros não sabem que são donos desses meios de comunicação de
massa", disse.
Para a deputada pelo PSOL, os grandes jornais "se
apropriam" de concessões "que o Estado faz a eles em nome do
povo", e que a população "fica a depender da interpretação dos fatos
que eles transmitem, que eles fazem, de acordo com os interesses a quem eles
representam". Como exemplo, citou a atual "crise multifacetada
brasileira", em que os jornais "antecipavam os fatos, celebravam o
que lhes interessavam e passavam a versão desses fatos da forma como lhes interessavam".
Acompanhe a íntegra do debate, transmitido pela TV PUC:
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