O ministro Teori
Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu ao presidente da Corte,
ministro Ricardo Lewandowski, para analisar a possibilidade de um novo pedido
de abertura de inquérito da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o
senador Aécio Neves (PSDB-MG) ser redistribuído para o ministro Gilmar Mendes.
O mesmo inquérito inclui o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) e o
ex-deputado e atual prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PMDB).
No requerimento, com data do dia 11, Teori informou que o
pedido da PGR tem relação com um outro inquérito da relatoria de Mendes contra
o senador. “Diante da correlação direta dos fatos narrados neste procedimento
com aqueles descritos em inquérito redistribuído nesta data, submeto o caso à
presidência desta Corte para análise de possível redistribuição do presente
procedimento ao ministro Gilmar Mendes”, destacou Teori.
Ao requerer a redistribuição, Teori Zavascki lembrou que, na
quarta-feira, a pedido dele, outro inquérito contra o senador foi
redistribuído. O ministro disse não ver “relação de pertinência imediata” da
representação criminal apresentada pela PGR contra Aécio e outro contra o
presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apesar de
os indícios contra os dois parlamentares terem surgido em meio às investigações
da Lava Jato.
Após a redistribuição, a ação passou a ser da relatoria do
ministro Gilmar Mendes.
No mesmo dia, Mendes determinou a abertura de inquérito
contra o senador com relação a supostas irregularidades cometidas em Furnas.
Ontem (12), Mendes suspendeu a coleta de provas e devolveu o inquérito ao
procurador-geral da República para reavaliação. O ministro informou que a
defesa de Aécio demonstrou não existirem novos fatos que embasem o pedido de
investigação.
O pedido da PGR foi encaminhado ao STF no início de maio. O
procurador Rodrigo Janot citou Aécio Neves, Carlos Sampaio e Eduardo Paes. A investigação
foi baseada na delação premiada do senador cassado Delcídio do Amaral.
De acordo com o ex-senador, durante os trabalhos da Comissão
Parlamentar Mista de Inquéritos (CPMI) dos Correios, criada para investigar
denúncias do mensalão, Aécio Neves, à época governador de Minas Gerais, “enviou
emissários" para barrar quebras de sigilo de pessoas e empresas
investigadas, entre elas o Banco Rural.
Segundo Delcídio do Amaral, um dos emissários era Eduardo
Paes, então secretário-geral do PSDB. Delcídio afirmou na delação que o
relatório final da CPMI dos Correios foi aprovado com "dados
maquiados" e que Paes e o deputado Carlos Sampaio tinham conhecimento dos
fatos. Na época em que o pedido foi apresentado ao STF, Aécio Neves, Carlos
Sampaio e Eduardo Paes, por meio de notas,
negaram as acusações.
Via – Dag Vulpi
Nenhum comentário:
Postar um comentário