Avesso à diplomacia, o intolerante e beligerante José Serra
tomou posse nesta quarta-feira (18) como ministro "interino" das
Relações Exteriores do Judas Michel Temer.
Por Altamiro Borges
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No maior cinismo, o
grão-tucano afirmou em seu discurso que, a partir de agora, "a nossa política
externa será regida pelos valores do Estado e da nação, não de um governo e
jamais de um partido" e que priorizará as relações com os EUA, a agressiva
potência imperialista, e os governos servis da Argentina e do México. Na
prática, o capacho ianque deixou explícito que irá sabotar os Brics - o bloco
contra-hegemônico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - e
a integração latino-americana.
O discurso colonizado, típico dos tucanos com complexo de
vira-latas que tiram seus sapatinhos nos aeroportos dos EUA, não causa
surpresas. José Serra há muito tempo mantém relações carnais com o império,
inclusive com suas poderosas petrolíferas que almejam o pré-sal brasileiro. Sua
aversão aos Brics e às iniciativas de integração regional, contrárias ao
domínio imperial, também é antiga. Ele já fez vários discursos raivosos contra
o Mercosul, a Unasul e outras iniciativas dos países progressistas do
continente. Com o desfecho parcial do impeachment de Dilma no Senado, seu ódio
aos chamados governos bolivarianos só ficou mais doentio.
O chefe "interino" do Itamaraty ficou irritadiço
com as críticas feitas por vários governantes da região ao "presidente
ilegítimo" Michel Temer. Em notas totalmente avessas ao jogo diplomático,
ele atacou os governos da Venezuela, Uruguai, Bolívia, Equador, El Salvador,
Nicarágua e Cuba, acusando-os de "propagarem falsidades sobre o processo
político brasileiro" Em tom de represália, ele também anunciou a intenção
de fechar as embaixadas brasileiras em países do Caribe e da África. O
valentão, porém, preferiu não se manifestar sobre as críticas de autoridades
europeias e o silêncio do presidente dos EUA, Barack Obama, que até agora nem
telefonou para cumprimentar o Judas Michel Temer.
Tão covarde diante do império e tão agressivo diante das
nações da periferia do sistema capitalista. Se dependesse de José Serra, o
"falcão-tucano", o Brasil declararia guerra aos países soberanos da
América Latina - com o apoio da Quarta Frota dos EUA! Na verdade, como já observou
o jornalista Bernardo Mello Franco, da Folha, as bravatas do tucano têm motivos
oportunistas. "A beligerância de José Serra tem um sentido óbvio. Nomeado
para uma pasta de pouca visibilidade, ele já conseguiu se projetar e garantir
espaço nos jornais. A exposição é parte essencial do seu plano de ressurgir
como candidato à Presidência da República em 2018 - pela terceira vez e não
necessariamente no PSDB".
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