O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, informou
hoje (5) que vai ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedir a anulação do processo
de impeachment da presidenta Dilma Rousseff sob o argumento de desvio de
finalidade das ações do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Ontem, o ministro do STF, Teori Zavascki, concedeu liminar
afastando Cunha do mandato de deputado federal e, consequentemente, da
presidência da Casa.
"Já estamos pedindo a anulação do processo, vamos pedir
novamente. A decisão do STF é uma prova muito importante no sentido de que ele
usava o cargo para finalidades estranhas ao interesse público, como aconteceu
no caso do impeachment", disse o ministro da AGU.
Desde a fase do processo de impeachment na Câmara dos
Deputados, Cardozo acusou Cunha de agir por vingança pelo fato de o governo não
ter atuado para tentar barrar o processo contra Cunha no Conselho de Ética da
Casa. "Cunha ameaçou a presidenta da República [dizendo] que abriria o processo do impeachment se o PT
não desse os votos para salvá-lo no Conselho de Ética. O que o Supremo decide
hoje é exatamente a demonstração do seu modus operandi", observou.
No parecer apresentado ontem (4) na Comissão Especial do
Impeachment no Senado, o relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) rejeitou a tese de
que Cunha tenha cometido qualquer desvio de finalidade.
Edição: Kleber Sampaio
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